EUA, França e aliados expressam ‘preocupação’ com novas centrífugas iranianas

A bandeira do Irã hasteada em frente à sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em 20 de novembro de 2024 em VienaJOE KLAMAR

Joe Klamar

Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha expressaram, neste sábado (23), sua “grande preocupação” com os planos do Irã de pôr em funcionamento novas centrífugas para seu programa nuclear, e instaram Teerã a retomar o diálogo com o organismo de controle nuclear da ONU.

O anúncio do Irã ocorreu após as quatro potências ocidentais apresentarem uma moção de censura contra a república islâmica na junta de 35 países da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A resolução foi aprovada na quinta-feira.

“Tomamos nota com grande preocupação do anúncio do Irã de que, ao invés de responder à resolução em cooperação, planeja responder com uma maior expansão de seu programa nuclear em formas que não têm nenhuma justificativa pacífica crível”, declararam os quatro países em um comunicado conjunto.

“Esperamos que o Irã retome o caminho do diálogo e da cooperação com a agência”, prossegue o documento, publicado pelo Departamento de Estado americano.

Na sexta-feira, o Irã disse que colocaria em funcionamento uma “série significativa de centrífugas novas e avançadas de vários tipos”.

As centrífugas são máquinas que enriquecem urânio transformado em gás, fazendo-o girar a velocidade muito alta, o que permite o aumento da proporção de matéria isotópica físsil (U-235) para diferentes usos.

“Ao mesmo tempo, a cooperação técnica e no tema das salvaguardas com a AIEA vai continuar, como no passado” e no âmbito dos acordos assinados por Teerã, informaram, em um comunicado conjunto, o ministério iraniano de Assuntos Exteriores e sua organização de energia atômica.

As tensões em torno do programa atômico iraniano são elevadas e os críticos temem que Teerã esteja tentando desenvolver uma arma nuclear – uma afirmação o Irã nega reiteradamente.

Em sua declaração deste sábado, as quatro potências ocidentais receberam com satisfação a resolução da AIEA, ao dizer que era uma resposta ao “contínuo fracasso” do Irã de cooperar com o organismo de controle de forma oportuna.

Também pedem que a AIEA apresente um “relatório exaustivo” sobre os esforços nucleares do Irã “no mais tardar” no segundo trimestre de 2025.

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