Bolsa de valores brasileira bate novo recorde


O Ministério da Fazenda aumentou a estimativa de crescimento da economia e manteve a previsão de inflação acima da meta. Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, os juros permanecerão altos por mais tempo. Bolsa bate recorde depois de números da economia, fala de Galípolo e corte de nota dos EUA
A Bolsa de Valores de São Paulo bateu um novo recorde nesta segunda-feira (19) depois da divulgação de números da economia.
O dia que terminaria histórico para a Bolsa de Valores começou com uma correção de expectativa. O Banco Central divulgou o IBC-Br, índice considerado a prévia do PIB. A estimativa dos analistas era de alta de 0,5% em março, mas o índice cresceu 0,8%. O acumulado nos últimos 12 meses, sem os ajustes sazonais, é de 4,17%.
Não muito depois, em um evento em São Paulo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, descartou qualquer redução da taxa de juros neste momento:
“Entendemos que, para uma economia dinâmica, que se mostrou dinâmica, superdinâmica, mesmo com taxa de juros em um patamar mais restritivo, com a inflação e com as expectativas desancoradas como a gente está vendo, a gente realmente precisa permanecer em uma taxa de juros em um patamar bastante restritivo por um período bastante prolongado. Essa é a nossa visão. Então, não é um tema que está nos debates do Comitê de Política Monetária ainda”.
Na sequência, foi o governo que apresentou novos dados. O Ministério da Fazenda elevou a previsão do crescimento da economia para 2025. Disse que a agropecuária, principalmente nesse início do ano, vai compensar os efeitos dos juros mais altos em outros setores e também o ambiente externo desfavorável. A previsão de inflação continua acima do teto da meta.
“Acreditamos que a política monetária tem efeito sobre a atividade. Isso quer dizer que a economia vai entrar em crise? Não. Isso quer dizer que a economia vai ter uma desaceleração na segunda metade do ano”, afirmou Guilherme Mello, secretário de Política Econômica.
Bolsa de valores brasileira bate novo recorde
Jornal Nacional/ Reprodução
Mas o que mexeu com o mercado não veio de números e projeções só desta segunda-feira (19). O movimento desta segunda teve reflexos do fim da sexta-feira (16), quando a agência de classificação de riscos Moody’s rebaixou a nota de crédito dos Estados Unidos, citando o aumento da dívida e dos juros no país.
Os analistas dizem que as dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida americana e a fala de Galípolo sobre juros altos aqui por mais tempo fizeram o dólar perder força. A moeda recuou para R$ 5,65. No ano, o dólar já acumula queda de 8,5%.
O Ibovespa registrou a maior pontuação de fechamento da história: 139.636 pontos. O índice já subiu mais de 16% desde o início de 2025.
“Isso já é um movimento que vem acontecendo ao longo dos últimos dias, de uma rotação. Do investidor que tem predominância no mercado americano realizando um pouco dos seus lucros e migrando para países emergentes, com destaque nesse momento justamente para o Brasil. Que a Bolsa brasileira vem performando melhor inclusive do que seus pares emergentes ao longo dos últimos meses, dos últimos dias, principalmente”, afirma o economista Rodrigo Marcatti, CEO da Veedha Investimentos.
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