
O gabinete pessoal de Joe Biden anunciou, no último domingo (18), o diagnóstico de câncer de próstata do ex-presidente dos Estados Unidos. Segundo o comunicado, o câncer se apresenta de forma agressiva e com metástase óssea.
De acordo com a classificação do sistema de graduação histopatológica Escore de Gleason, que avalia a gravidade do câncer, seu caso é grau 9, um dos mais altos na escala.
Câncer de Joe Biden é o 2º mais frequente em homens
O câncer apresentado por Biden é o segundo mais frequente do mundo e é o mais diagnosticado em homens de 118 países, segundo a American Cancer Society.
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O que é o câncer de próstata
A próstata é uma glândula presente nos homens, localizada abaixo da bexiga e à frente do reto, que tem como função produzir o líquido que compõe o sêmen.
Segundo o urologista do Hospital Santa Rita, José Antônio Prezotti, a glândula pode sofrer modificações, como a hiperplasia benigna da próstata (aumento benigno) ou o desenvolvimento de tumores malignos.
O câncer de próstata se caracteriza pelo crescimento anormal e descontrolado na glândula, podendo se espalhar para outras partes do corpo, como ossos e linfonodos, caso não seja tratada.
Todo câncer é avaliado de acordo com o sistema de graduação histopatológica denominado Escore de Gleason, que vai de 1 a 10, e, quanto mais alto, mais agressivo com mais risco de disseminação é o tumor.
Ja a metástase nos ossos, apresentada pelo político, acontece quando as células do tumor se espalha para os ossos, criando novos tumores
Dificuldade para urinar está entre os sintomas
Segundo a oncologista do hospital, Cintia Givigi, o câncer pode ser silencioso nos estágios iniciais, sem sintomas evidentes. Entretanto, à medida que evolui, pode apresentar sinais como:
- dificuldade para urinar;
- Jato urinário fraco ou interrompido;
- Sangue na urina;
- Sangue no sêmen;
- Aumento no desejo urinar com frequência à noite.
No caso de Biden, o diagnóstico de nódulo na proposta foi feito após ele apresentar “sintomas urinários crescentes”.
Diagnóstico por PSA e toque retal
Entre os exames mais utilizados para o rastreamento estão o toque retal, o mais simples e que permite ao médico avaliar alterações na próstata, como nódulos ou endurecimento.
O PSA, um exame de sangue que mede os níveis de uma proteína produzida pela próstata que, quando elevada, também pode indicar alterações.
Quando há suspeita da doença, exames complementares como a ressonância magnética multiparamétrica e a biópsia prostática guiada por ultrassom podem ser realizados para confirmar a malignidade”, enfatizou a oncologista.
Possíveis tratamentos
Assim como outros tipos de câncer, o tratamento varia de acordo com o estágio da doença, a idade do paciente e seu estado geral de saúde.
Segundo Givigi, alguns dos tratamentos disponíveis são:
“Dispomos, ainda, da radioterapia, que inclui o uso de radiações para destruir as células cancerígenas, da terapia hormonal, que faz o bloqueio da produção de testosterona, que pode estimular o crescimento do tumor, e a quimioterapia que, normalmente, é usada em casos avançados ou quando outros tratamentos não são eficazes para conter a doença. As terapias estão cada vez mais precisas e com menos efeitos colaterais”, disse Cintia Givigi.
A médica ainda ressalta que o câncer de próstata com metástase óssea, caso de Biden, tem tratamento.
“Na maioria dos casos, não tem cura definitiva, mas pode ser controlado por muitos anos com tratamento adequado. O objetivo principal passa a ser prolongar a vida, aliviar sintomas e manter a qualidade de vida do paciente.
Segundo o gabinete de Biden, embora agressivo, o câncer pode ser suscetível ao tratamento.
“Embora isso represente uma forma mais agressiva da doença, o câncer parece ser sensível a hormônios, o que permite um tratamento eficaz”, comunicaram assessores.
É possível prevenir o câncer de próstata?
Não há uma forma garantida de se prevenir o câncer de próstata. No entanto, segundo José Antônio Prezotti, algumas atitudes podem ajudar a evitar a doença. São elas:
- Alimentação saudável, rica em frutas, verduras, legumes e pobre em gordura animal;
- Não consumo de álcool e de cigarros, aliados;
- Prática de atividade física regularmente.
“A consulta anual periódica ao urologista, principalmente, a partir dos 50 anos – ou 45, para homens com histórico familiar da doença ou negros – é fundamental para a detecção precoce da doença. Essa avaliação permite diagnósticos em fase inicial, o que contribui para a maior chance de cura”, ressaltou.