
O papa Leão XIV celebrou neste domingo (18) na Praça São Pedro, a missa de início do seu pontificado diante de 200 mil fiéis e uma centena de delegações estrangeiras, compostas por chefes de governo, vice-presidentes, chanceleres, enviados especiais e representantes de organismos internacionais.
O vice-presidente Geraldo Alckmin representou o Brasil na missa e, após a cerimônia, teve um rápido encontro com Leão XIV.
A homilia de Leão XIV foi marcada por referências a Santo Agostinho, um dos mais importantes pensadores do cristianismo, e por um pedido de unidade pela paz. “Esta é a hora do amor”, clamou.
Como afirmou Santo Agostinho, a Igreja é composta por todos aqueles que estão em harmonia com seus irmãos e que amam o próximo. Irmãos e irmãs, eu gostaria que esse fosse o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado.
“Ainda vemos em nosso tempo muita discórdia, muitas feridas causadas pelo ódio, pela violência, pelo preconceito, pelo medo do diferente e por um paradigma econômico que explora os recursos da terra e marginaliza os mais pobres. Queremos ser, no meio dessa massa, o pequeno fermento da unidade, da comunhão, da fraternidade.”
De acordo com ele, esse é o caminho que os fiéis devem percorrer entre si, mas também com as “igrejas cristãs irmãs”, para construir “um mundo novo, no qual reine a paz”.
“Somos chamados a oferecer a todos o amor de Deus, para que se realize aquela unidade que não anula as diferenças, mas valoriza a história pessoal de cada um e a cultura social e religiosa de cada povo.”
Ele lembrou, com tristeza, a morte de seu antecessor, o papa Francisco, e falou sobre o conclave no qual foi escolhido como o novo pontífice. “Fui escolhido sem nenhum mérito.”
“Com medo e tremor, aproximo-me de vocês como um irmão que deseja tornar-se servo da sua fé e alegria, caminhando ao lado de vocês pelas trilhas do amor de Deus, que nos quer unidos como uma única família. Amor e unidade: essas são as duas dimensões da missão que Jesus confiou a Pedro”, continuou.
“Não se trata de conquistar os outros por meio da opressão, da propaganda religiosa ou de instrumentos de poder, mas sempre e somente de amar como Jesus amou.”
A missa inaugural do pontificado ocorreu dez dias depois de Robert Francis Prevost ter sido eleito para comandar a Igreja Católica. Nascido nos Estados Unidos, ele atuou por mais de duas décadas no Peru e também tem a cidadania do país andino.
Durante a celebração, Leão recebeu dois importantes símbolos do papado: a estola de lã de cordeiro, conhecida como palio, e o anel do pescador. O palio, colocado sobre seus ombros, simboliza o pastor que carrega o rebanho, assim como o papa carrega os fiéis. O anel, remete ao chamado de Jesus ao apóstolo Pedro para lançar suas redes de pesca.
Entre as autoridades presentes, JD Vance, vice-presidente, e Marco Rubio, secretário de Estado, dos EUA; Dina Boluarte, presidente do Peru; Volodymyr Zelenskyy, presidente da Ucrânia; e Olga Liubimova, ministra da Cultura da Rússia.
Ao final da missa, após o ritual de despedida, o papa lembrou dos “irmãos e irmãs que sofrem por causa das guerras”, citando os conflitos em Gaza, Myanmar e Ucrânia.
Novas aparições públicas
De acordo com o Vaticano, na terça-feira (20) o papa visitará o túmulo de São Paulo, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros.
No próximo domingo (25) Leão XIV celebrará a missa de posse como bispo de Roma, na Basílica de São João de Latrão. Essa é uma tradição dos pontífices após assumirem o comando da Igreja Católica.
Já no sábado, 31 de maio, o pontífice ordenará alguns presbíteros na Basílica de São Pedro.