A escola de samba Pega no Samba promete levar para a avenida uma celebração de fé, ancestralidade e resistência. Com o enredo “Okê Caboclo Sete Flechas: guardião ancestral da natureza”, a agremiação do bairro Consolação, em Vitória, aposta em uma narrativa que une espiritualidade, cultura popular e urgência ambiental.
A história que será contada no Sambão do Povo no Carnaval de Vitória 2026 reverencia o Caboclo Sete Flechas, entidade ligada às tradições da Umbanda e das religiões de matriz africana.
Mítico guerreiro forjado na essência da floresta, ele simboliza sabedoria, equilíbrio e proteção. O caboclo empunha sete flechas que representam cura, preservação e a força dos povos originários diante dos desafios da contemporaneidade.
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Segundo explicou o carnavalesco Jorge Mayko ao Folha Vitória, o enredo nasceu de uma proposta da diretoria da escola, que enxerga no Carnaval uma vitrine para temas sociais e ambientais.
“A escola trouxe para mim, como carnavalesco, a necessidade e o entendimento de que o Carnaval pode oportunizar um diálogo saudável e necessário sobre a preservação do meio ambiente. Falar do meio ambiente sempre é atual e necessário”, afirmou.
Jorge explica que encontrou no Caboclo Sete Flechas a figura ideal para conduzir essa mensagem: um indígena da tribo Pataxó, cultuado antes da colonização e símbolo de respeito à natureza.
“Nos cultos de matriz africana, ele nos ensina sobre o cuidado com as folhas, com as ervas, sobre entender o meio ambiente como um templo sagrado”, destacou.
O projeto da temporada deve ir além da avenida. O carnavalesco revelou que a Escola de samba quer desenvolver ações educativas para levar o debate ambiental para a comunidade para a comunidade e para dentro da quadra da agremiação.
