No Rio, região da Pequena África é palco de evento que celebra a resistência e a tradição da cultura preta

O Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), localizado na Gamboa, região conhecida como a Pequena África do Rio de Janeiro, será ocupado no próximo sábado (17) e domingo (18) com atividades que promovem a valorização e a resistência da cultura preta carioca.

O evento “Integração Fluminense de Capoeira Angola e Cultura” contará com oficinas de capoeira angola, dança afro-brasileiras, jongo, samba chula e rodas de conversa sobre ancestralidade e temas contemporâneos. Para Sinara Rúbia, diretora do MUHCAB, o encontro é mais do que uma celebração, é a oportunidade de “afirmar a continuidade de uma luta ancestral que pulsa nos corpos, nas cantigas e nas rodas”.

“Este encontro é um ato político, um gesto de cuidado com a memória negra e um grito de resistência que ecoa desde os quilombos até as periferias urbanas de hoje. Aqui, neste museu, onde a história da diáspora africana respira, reconhecemos a capoeira como um território de saberes, de cura e de afirmação identitária. É nesse chão sagrado que nos olhamos, nos escutamos e nos fortalecemos. E é nesse reencontro com os nossos, que reafirmamos: somos herança viva e movimento de futuro”, ressalta Rúbia para o Brasil de Fato.

A iniciativa, realizada pelo grupo Ngoma Capoeira Angola em parceria com a Secretaria Especial de Integração Metropolitana (SEIM) e a Prefeitura do Rio, pretende fortalecer a capoeira como patrimônio imaterial. Além das palestras e oficinas no próximo final de semana, a ação irá lançar um mini documentário e um EP musical com cantigas de capoeira e samba-de-roda.

“Esse é um evento de corpo, de fala, de pensamento, de debate. Uma atividade de integração entre grupos de diversas partes do estado para celebrar a cultura negra, nessa semana que é tão importante para a diáspora africana”, conta Rodrigo de Odé, ator e organizador do evento.

Os treinos e oficinas terão inscrição prévia pelas redes sociais do Ngoma Capoeira. As demais atividades são abertas ao público-geral.

Serviço

Integração Fluminense de Capoeira Angola e Cultura

Data: 17 e 18 de maio (entrada gratuita – oficinas sujeitas à lotação)

Local: MUHCAB – Rua Pedro Ernesto, 80 – Gamboa

Transmissão ao vivo: @Ngoma_Capoeira_Angola

Programação

Sábado, 17 de maio de 2025

9h30: Abertura – Roda de conversa com mestras e mestres

10h30: Treino de capoeira angola com Mestre Célio (Grupo Aluandê) e Mestra Cristina (Mocambo de Aruanda)

12h30: Oficina de dança afro com Valéria Monã e Oficina de côco com Mestre Forró

14h00: Intervalo para almoço

15h00: Palestra sobre “Mulheres negras, comunidades e cultura: formas de enfrentamento ao racismo cis heteronormativo”, com Lúcia Xavier

(Coordenadora Geral da Ong Criôla e Ekeji da Ilê Omiojuarô) e Contramestra Érida Ferreira (Quilombola, capoeirista, historiadora e cineasta)

16h00: Oficina de musicalidade na capoeira angola com Mestre Marrom (Ngoma Capoeira Angola)

17h00: Roda de Capoeira Angola

22h00: Show com a banda de reggae Unificar (atividade excepcionalmente realizada no CTO – Centro de Teatro do Oprimido, Rua Mem de Sá, 31, Lapa)

Domingo, 18 de maio de 2025

10h00: Treino de capoeira angola com Mestra Tereza (Grupo de Capoeira Angola Angolinha) e Mestre Graffit (Grupo Unificar de Capoeira Angola)

12h00: Oficina de Jongo com Lazir Sinval (Jongo da Serrinha) e Oficina de Samba Chula com Mestre Matinho (Ngoma Capoeira Angola)

13h30: Intervalo para almoço

15h00: Palestra sobre “Capoeiras no RJ: uma herança de disputas e solidariedade”, com Mestre Levi e Prof. Dr. Flávio Gomes (Instituto de História da UFRJ)

16h30: Homenagem ao Mestre Peixe de Caxias com exibição do documentário “Caxias na ginga: a jornada de Mestre Peixe de Caxias”, dirigido pelo Contramestre Thiago Nascimento (Federação Internacional de Capoeira Angola/Belo Horizonte)

17h30: Roda de Capoeira Angola

19h30: Show de encerramento com Samba do Belelê

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