Morre em Salvador, aos 98 anos, o médium Divaldo Franco

Divaldo Franco
Médium Divaldo Franco | Foto: Assessoria de Comunicação

Morreu em Salvador, na noite desta terça-feira (13), o líder religioso Dilvado Franco, aos 98 anos. Ele enfrentava desde 2023 vários problemas de saúde, incluindo um diagnóstico de câncer de bexiga, em novembro do ano passado. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, segundo a assessoria da Mansão do Caminho.

O câncer foi diagnosticado depois que Divaldo sentiu um desconforto urinário. Ele continuou o tratamento em casa, com períodos de internação. Em abril, a Mansão do Caminho informou que Divaldo tinha concluído o tratamento e estava em remissão, mas estava com dificuldade para reter nutrientes e precisava de uma sonda para se alimentar. Apesar dos problemas de saúde, o médium seguiu lúcido até o fim.

Divaldo era responsável por um Centro Espírita e pela Mansão do Caminho, no bairro de Pau da Lima, em Salvador. O espaço tem mais de 80 mil metros quadrados, uma área, portanto, equivalente a mais de dez campos de futebol. Hoje, existem ali mais de 50 edificações, onde funcionam creches, escolas, cursos técnicos e de informática, panificadora, centro médico. O trabalho social feito pelo centro ajudou a mudar muitas vidas.

Mas a trajetória de Divaldo Franco até conseguir criar essa estrutura foi muito longa. “Começamos com uma escola à sombra de uma mangueira. Arrumamos caixotes de cebola para fazer carteira e no quintal nós dávamos aula. Aí, nasceu esse ideal de educar”, lembrou o médium numa entrevista ao portal F5.

Mediunidade começou cedo

Nascido em Feira de Santana em 5 de maio de 1927, Divaldo estudou na Escola Normal de Rural daquela cidade e obteve o diploma de professor. Mesmo antes de nascer ele tinha a pecha de “anormal”. “Dona Anna Franco, a senhora ficou grávida aos 44 anos. Não é ‘barriga d’água’, como está pensando. Se a senhora não fizer o aborto, seu filho vai nascer… anormal!”, avisou o médico à mãe do médium. A mãe não se abalou e teve o filho, o último de 12 irmãos – cinco morreram antes mesmo de Divaldo nascer.

Mas a infância na casa não foi fácil. Os irmãos mais velhos e o pai não gostavam das visões de Divaldo, que começaram quando ele tinha quatro anos e recebeu um recado da avó da mãe. Ele chegou a apanhar por conta de sua mediunidade, que era vista como algo do demônio.

Na juventude, por causa de sua capacidade mediúnica, chegou a ser considerado louco também pelos colegas. Na escola, os amigos perguntavam, zombando: “Já viu algum espírito hoje?”.

O patrão também acreditava que Divaldo não era “normal”. Ele trabalhava numa corretora de seguros e via alguns clientes chegarem para pedir informação. Dirigia-se ao balcão e os atendia da mesma maneira que atendia qualquer pessoa. A diferença é que ali eram espíritos que, naturalmente, só Divaldo enxergava.

“Alguém me chamava no balcão e eu ia atender, era muito real. O meu chefe ficava indignado e eu indignado com ele, porque eu achava que ele estava me humilhando, mas ele dizia que não tinha ninguém lá”, recordou o líder espírita. Numa ocasião, atendeu um cliente que queria mudar o nome da beneficiária de uma apólice de seguro de vida. O chefe disse que aquele cliente já estava morto. Mas Divaldo deu o nome do homem e o número do arquivo. As informações eram corretas e o chefe, claro, assustou-se.

Por ordem de seu superior, Divaldo, aos 19 anos, dirigiu-se a um psiquiatra e o médico mandou que ele deitasse numa cama. “Fui avisado por um espírito amigo que ele aplicaria o eletrochoque. Fugi”, lembrou ele, que desceu 16 andares de um prédio correndo.

Fonte: Correio 24h

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