Coreia do Sul abandona plano de porta-aviões leve com F-35B e aposta em navio de comando com drones

A Marinha da Coreia do Sul revisou radicalmente seu plano de construção de um porta-aviões leve, originalmente concebido para operar caças F-35B. Em vez disso, anunciou que irá desenvolver um novo tipo de navio — o “navio de comando multifuncional de forças tripuladas e não tripuladas” — com capacidade para operar dezenas de drones de combate, reconhecimento e ataque suicida.

A mudança, apresentada recentemente ao Comitê de Defesa da Assembleia Nacional, reflete lições aprendidas com o uso extensivo de sistemas não tripulados na guerra entre Rússia e Ucrânia, bem como uma reavaliação estratégica sobre as necessidades futuras da Marinha da República da Coreia (ROKN).

O novo navio, de tamanho semelhante ao do porta-aviões leve anteriormente planejado — cerca de 260 metros de comprimento e 40 metros de largura, com deslocamento de 30 mil toneladas — será equipado majoritariamente com veículos aéreos não tripulados (UAVs). Os F-35B, que exigiriam adaptações complexas e custos elevados, serão substituídos por drones de combate com decolagem vertical, plataformas de vigilância e munições vagantes.

A Marinha sul-coreana ainda prevê manter a capacidade de operar helicópteros de transporte e ataque tripulados, como no projeto inicial, garantindo flexibilidade operacional.

A substituição de jatos F-35B por drones poderá gerar economia de vários trilhões de wons. O projeto original, iniciado no governo de Moon Jae-in sob o nome “Navio de Assalto Anfíbio Multifuncional II”, previa investimentos estimados em cerca de 7 trilhões de wons (aproximadamente US$ 5 bilhões), incluindo 20 caças F-35B avaliados entre 150 a 200 bilhões de wons cada (cerca de US$ 120 a 160 milhões por unidade). A nova proposta, ao utilizar UAVs de fabricação nacional, deverá reduzir significativamente os custos logísticos, operacionais e de manutenção.

No mês passado, a Marinha sul-coreana encomendou à HD Hyundai Heavy Industries um estudo de conceito de projeto para o novo navio de comando. A proposta será oficialmente apresentada ao Estado-Maior Conjunto até o final deste mês.

Contudo, para que o plano seja alterado oficialmente, será necessário que o Estado-Maior aprove uma revisão da decisão de necessidade operacional, já que o projeto do porta-aviões leve havia sido aprovado anteriormente. Essa alteração de diretriz deverá ocorrer apenas após a instalação do próximo governo.

A decisão representa uma guinada tecnológica e estratégica da Marinha sul-coreana, que passa a priorizar operações navais autônomas e baseadas em rede, com foco em capacidade de vigilância, projeção de força de baixo custo e menor risco humano. Especialistas avaliam que, com essa mudança, a Coreia do Sul poderá tornar-se um dos primeiros países a operar um navio de guerra projetado desde o início para missões com sistemas não tripulados embarcados.

A iniciativa também responde ao avanço das capacidades navais da China e ao desafio persistente representado pela Coreia do Norte, permitindo à Marinha sul-coreana ampliar sua capacidade de dissuasão com soluções mais flexíveis, escaláveis e econômicas.

FONTE: Yonhap

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