
O show da cantora Lady Gaga, realizado no Rio de Janeiro, no último dia 3 de maio, encerrou um período de espera para os fãs brasileiros. Em 2017, ela cancelou sua passagem pelo Brasil devido a uma doença chamada fibromialgia, que tem o dia 12 de maio como Dia Mundial de Conscientização e Enfrentamento.
Na época, a artista estava confirmada para o Rock in Rio, mas teve que cancelar sua participação pelas dores causadas pela doença. A cantora, que também é portadora de lúpus, já havia compartilhado com os fãs sua rotina lidando com as duas doenças.
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Lady Gaga faz parte de cerca de 3% da população mundial que convive com a fibromialgia, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
O que é fibromialgia
A fibromialgia é uma doença crônica caracterizada por dores generalizadas associadas a uma série de outros sintomas como fadiga, distúrbios do sono, alterações cognitivas e distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão.
De acordo com o reumatologista do Hospital Santa Rita, Sérgio Mameri, a fibromialgia é uma condição de sensibilização central, quando o cérebro e o sistema nervoso passam a interpretar estímulos normais como dor:
É a uma disfunção na forma como o corpo processa esses sinais. Isso significa que, mesmo sem lesões ou inflamações visíveis, a pessoa sente dor em várias parte do corpo.
A doença afeta, principalmente, mulheres entre 30 e 60 anos, sendo um homem com diagnóstico para cada nove mulheres, segundo o médico.
Causas da doença
O reumatologista explica que ainda não há uma causa exata para a manifestação da doença, mas ela pode estar relacionada a questões físicas ou psicológicas.
“Embora ainda não se conheça sua causa exata, acredita-se que ela esteja relacionada a fatores genéticos, alterações neuroquímicas e gatilhos como estresse, traumas físicos ou emocionais e infecções”, explica.
Diagnóstico e tratamento
Não há exames específicos para diagnóstico da fibromialgia e o especialista se baseia em aspectos clínicos para determinação do quadro. Segundo o médico, após o diagnóstico, o tratamento é multidisciplinar e individualizado.
A combinação de diferentes abordagens proporcionam qualidade de vida e bem-estar. Além disso, o uso de remédios antidepressivos tricíclicos, inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina, relaxantes musculares e analgésicos também englobam as opções de tratamentos”, considerou o especialista.
Mudanças no estilo de vida também podem trazer mais conforto para a rotina dos pacientes. Ele ressalta, que a prática de atividade física regular de leve a moderada intensidade, a alimentação equilibrada e o acompanhamento psicológico são essenciais para o sucesso do tratamento.
Os desafios de uma doença invisível
Apesar de não ser uma condição progressiva ou fatal, a fibromialgia impacta significativamente a vida de quem convive com a doença, influenciando na vida pessoal e profissional.
“A dor constante e o cansaço afetam a produtividade, a saúde mental, as relações sociais, gerando um ciclo de sofrimento físico e emocional. É preciso atenção especial para esses pacientes, pois eles tendem a desenvolver depressão, quadros de ansiedade e ainda se isolar da sociedade”, disse Sérgio Mameri.
Segundo ele, é importante que os profissionais de saúde e outras pessoas que convivem com alguém diagnosticado, tenham empatia e compreensão com os desafios que acompanham a doença.
“Sabemos que conviver com a doença é um constante desafio. Muitos pacientes lidam com o estigma de ter uma doença que não é ‘visível’. E isso requer empatia e compreensão daqueles que convivem ao seu redor”.