
Em 2022, Sharn, uma personal trainer de 52 anos e mãe de dois filhos, vivia uma rotina agitada entre os treinos e a família. Um dia, ao levantar uma peça de cerâmica na garagem de casa, sentiu uma fisgada nas costas. Apesar de considerar o movimento simples, a dor persistiu. Nos dias seguintes, tentou alongamentos e exercícios para aliviar o incômodo, mas o que parecia ser uma lesão passageira se transformou em algo muito mais sério.
O desconforto, inicialmente localizado, se espalhou e se intensificou. Mesmo assim, Sharn continuou trabalhando, ignorando os sinais do corpo. A dor se tornou tão aguda que ela não conseguia mais sentar no carro ou realizar movimentos básicos. “Era como se uma faca estivesse perfurando minhas costas”, descreve. Após quase desmaiar durante um treino, uma colega de trabalho a convenceu a procurar um fisioterapeuta.

No consultório, Sharn relatou que não conseguia executar exercícios sem sentir pontadas intensas. O profissional, percebendo a gravidade, encaminhou-a para uma ressonância magnética. Esse exame, que utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para gerar imagens detalhadas do corpo, revelou uma anomalia nos ossos. A descoberta foi tão alarmante que, na mesma noite, ela recebeu uma ligação urgente: precisava ir ao hospital imediatamente.
No pronto-socorro, os médicos ficaram surpresos ao ver que Sharn ainda conseguia andar. Os exames confirmaram um diagnóstico raro: mieloma múltiplo, um tipo de câncer no sangue que afeta células plasmáticas na medula óssea. Essas células, responsáveis por produzir anticorpos contra infecções, se tornam cancerígenas e comprometem a produção de células saudáveis. No caso dela, 75% da medula já estava comprometida.
Sintomas que Podem Passar Despercebidos

O mieloma múltiplo é uma doença silenciosa. Entre os sinais estão dores ósseas (especialmente na coluna, tórax ou quadril), fadiga extrema, náuseas, infecções recorrentes, perda de peso e até confusão mental. A sede excessiva e a vontade frequente de urinar também são indicativos. A condição é mais comum em idosos, com cerca de sete casos a cada 100 mil pessoas por ano, mas jovens não estão imunes.
Sharn, que sempre teve saúde de ferro, nunca imaginou que uma dor nas costas pudesse esconder um câncer. “Brincava que nunca ficava doente, mas quando fiquei, foi para ser hospitalizada”, relembra. Após 18 meses de tratamento intensivo, incluindo quimioterapia, ela recebeu a notícia de que estava livre da doença.
Vida após o Diagnóstico
Hoje, aos 55 anos, Sharn retomou a carreira como personal trainer e compartilha sua experiência para alertar outros. Sua recuperação foi gradual: as dores diminuíram, e os ossos, fortalecidos pelo tratamento, permitem que ela volte a se movimentar sem limitações. “Estou sem dor e acredito que, daqui para frente, só vou melhorar”, comemora.
Além da saúde física, a experiência mudou sua perspectiva de vida. Ela ri ao contar que se tornou menos rígida com os filhos e passou a valorizar mais os momentos com amigos e familiares. “A doença aproximou todo mundo. Hoje, priorizamos o que realmente importa”, reflete.

Um Alerta para Não Ignorar Sinais
Sharn destaca que muitas pessoas associam dores prolongadas ao envelhecimento ou a lesões comuns, adiando a busca por ajuda. “Se a dor persiste por mais de 12 semanas, não hesite em investigar. Um exame de imagem pode revelar problemas invisíveis a olho nu”, reforça. Ela também critica a tendência de minimizar sintomas: “Fisioterapeutas podem sugerir exercícios, mas se algo não melhora, é essencial procurar respostas mais profundas”.
Embora o mieloma múltiplo seja raro em pessoas abaixo dos 60 anos, casos em faixas etárias mais jovens vêm aumentando. Por isso, Sharn insiste: “Não importa se você é jovem ou idoso. Dor persistente é um sinal de alerta. Exames como a ressonância magnética salvam vidas”.
Sua história é um exemplo de como até quem vive de forma saudável pode enfrentar desafios imprevistos. Ao compartilhar sua jornada, Sharn espera incentivar outros a ouvirem seu corpo e buscarem ajuda antes que seja tarde. Afinal, como ela prova, até nas batalhas mais difíceis, a recuperação é possível.
Esse Mulher que achou que sintoma nas costas era apenas uma “lesão” é diagnosticada com câncer raro e mortal foi publicado primeiro no Misterios do Mundo. Cópias não são autorizadas.