
O economista Vandyck Silveira afirmou, em entrevista à BM&C News, que a decisão do Federal Reserve (Fed) de manter os juros inalterados foi acertada e não trouxe nenhuma surpresa. Segundo ele, os Estados Unidos continuam apresentando forte atividade na economia, o que justifica a ausência de cortes na taxa básica.
“Eu sempre defendi que não haveria corte de juros em 2025. A atividade está muito acelerada: salários sobem, consumo cresce, e o endividamento das famílias ainda avança. Não temos contração de crédito. A economia americana está em franca expansão”, afirmou.
Economia americana: queda do PIB foi técnica e pontual, não estrutural
Silveira também explicou que a leve contração de 0,23% no PIB do primeiro trimestre não representa enfraquecimento econômico, mas sim um efeito técnico provocado por um fenômeno conhecido como frontloading.
“As empresas anteciparam importações com medo de novas tarifas de Trump. A importação aumentou 41% no primeiro trimestre, e isso detrai do PIB. Mas não foi queda de consumo nem de investimento. O resto da identidade macroeconômica está sólido”, explicou.
Recessão técnica? Só no fim do ano – e sem pânico
Questionado sobre o risco de recessão, o economista destacou que uma eventual contração técnica pode até ocorrer no final de 2025 ou início de 2026, mas sem gravidade.
“Pode acontecer, sim, uma recessão técnica no futuro próximo. Mas não vejo nenhuma possibilidade de colapso. A economia americana é a que mais cresce entre os países do G7. O mercado precisa parar com essa obsessão por corte de juros. O cenário não justifica isso agora”, disse.
Powell envia recado político e ganha respeito
Vandyck também comentou a postura do presidente do Fed, Jerome Powell, durante a coletiva de imprensa. Segundo ele, Powell finalmente mostrou firmeza diante das pressões políticas, especialmente relacionadas ao ex-presidente Donald Trump.
“O Powell bateu de frente. Disse claramente que não iria cortar juros por razões políticas. Foi um recado institucional muito forte. Pela primeira vez, eu tiro o chapéu pra ele. O Fed reafirmou sua independência”, afirmou o economista.
Para Silveira, a expectativa de parte do mercado por cortes na taxa de juros ainda este ano não se sustenta diante dos dados reais da economia. Ele avalia que, enquanto houver crescimento nos indicadores de consumo, renda e crédito, o Fed deve manter a taxa como está.
“O mercado precisa entender que cortar juros em um ambiente de expansão é incoerente. O Fed agiu corretamente e vai continuar tomando decisões técnicas, não políticas”, concluiu.
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