Ministros de Lula destacam papel da Feira da Reforma Agrária na formação de consciência política

O papel dos movimentos populares e, em especial, da Feira Nacional da Reforma Agrária na formação de uma nova consciência política e ambiental para a população foi destacado por ministros do governo Lula que passaram pelo evento na tarde deste sábado (10). Luiz Marinho (PT), titular do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e Márcia Lopes, da pasta das Mulheres, participaram da feira e ressaltaram aspectos diferentes da mesma questão.

Recém empossada ministra das Mulheres, Márcia Lopes esteve no evento, onde participou da conferência “Agroecologia: Produzir alimentos e enfrentar a crise climática”, na manhã deste sábado (10). Ela destacou que a feira da reforma agrária é “a expressão de um processo de trabalho de mais de 40 anos”.

“Eu acompanho, sou admiradora do MST porque, mais do que o acesso à terra, o movimento e os militantes foram entendendo a organização social do nosso país, a economia, os desdobramentos da nossa desigualdade, a fome e o potencial que a terra e que a natureza nos dá. Então, é um processo de formação permanente, e [a feira] é um momento de apresentação do resultado de mais de 1,8 mil produtos que eles fazem”, afirmou ao Brasil de Fato.

Para ela, a militância do MST ensina a “administrar o Brasil de um jeito bom. De um jeito sustentável, de um jeito que os alimentos sejam produzidos na quantidade e na qualidade necessária. E,  além disso, toda uma formação da juventude, das mulheres”.

Lopes destacou a importância das mulheres do MST e de outros movimentos em processos de formação para ampliar a participação feminina nas discussões sobre o rumo do país.

“Nós temos quase 11 milhões de mulheres no campo. Fiz uma reunião com as secretárias de estado de mulheres, para que elas façam plenárias para que a gente converse, encontre as mulheres do campo, as agricultoras familiares, as mulheres camponesas. Porque elas são educadoras acima de tudo, elas podem ajudar a formar as comunidades, os territórios, respeitando a diversidade que tem em cada lugar desse país”, avaliou a ministra.

“Eu não tenho dúvida de que as mulheres, não só do MST, mas de todos os grupos e movimentos e espaços públicos serão nossas parceiras nesse processo de de cada vez mais fazer um investimento para que as mulheres tenham participação cada vez mais ativa nos processos de decisão do país.”

“Agregar valor”

Em entrevista ao Brasil de Fato, Luiz Marinho afirmou que, após cinco edições, considera sua presença na feira como “obrigatória”. Para ele, a feira tem um papel de “provocar a formação das pessoas” para em relação à preservação do meio ambiente e ao cuidado com o planeta.

O ministro Luiz Marinho (PT) conferiu o trabalho dos produtores do MST neste sábado (10) – Filipe Peres/@filipeaugustoperes

“Quem participou das demais feiras [conhece] o nível dos debates de construção, das oportunidades, especialmente provocando cada produtor brasileiro, pequeno produtor, médio, produtor da agricultura familiar, sobre a responsabilidade com a terra, quais benefícios que a terra pode propiciar a população”, disse. “A feira cumpre essa missão de mostrar que tem várias possibilidades de a gente salvar o planeta e passa pelas pessoas.”

Marinho destacou o papel da pasta que comanda para apoiar a qualificação de trabalhadores e trabalhadoras do campo, pensando em “agregar valor” à produção. “Nós temos vários cursos espalhados pelo Brasil para ajudar a formatar muitas vezes até a cabeça da nossa juventude para a necessidade das transições. A necessidade de qualificar, agregar valor na atividade rural através da agroindústria”, afirmou Marinho.

“Se nós não estivermos agregando a cada momento, a cada estágio, mais valores, mais tecnologia no campo, a juventude foge pra cidade. E nós precisamos que essas transições estejam garantidas para o futuro.”

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