As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul nesta sexta-feira (9) causaram transtornos em pelo menos 31 municípios, segundo boletim da Defesa Civil estadual divulgado às 17h. Até o fim da tarde, a entidade registrava quedas de árvores, alagamentos, bloqueios de estradas e interrupções no funcionamento de escolas.
Em Santa Maria, uma das cidades mais afetadas, 15 bairros registraram alagamentos e destelhamentos. Ao menos seis famílias precisaram deixar suas casas por risco de desabamento. Já em Alegrete, uma escola municipal teve o telhado danificado, e cerca de 20 residências também foram atingidas. O pavilhão do Instituto Farroupilha e a sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais sofreram danos estruturais.

Levantamento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) aponta que, em apenas nove horas, choveu 182 milímetros em São Borja, 151 mm em Santa Maria e mais de 130 mm em outras cinco cidades da região central e noroeste. O volume de água causou enxurradas e danificou infraestruturas em áreas urbanas e rurais.
Em Porto Alegre, a situação foi mais crítica na zona Sul. Ruas inteiras ficaram intransitáveis, com bloqueios provocados pelo acúmulo de água. Guinchos precisaram ser acionados para remover carros ilhados, e moradores ficaram impedidos de sair de casa.
Entre os municípios que relataram prejuízos estão Soledade, com 100 casas destelhadas; Quevedos, onde os acumulados de chuva chegaram a 230 mm; e Triunfo, onde um asilo precisou ser evacuado pelos bombeiros. Em Santa Cruz do Sul, Rio Pardo e Encruzilhada do Sul, a Defesa Civil entregou lonas e prestou apoio a famílias desalojadas.
A lista de cidades afetadas inclui ainda Itaara, Minas do Leão, Uruguaiana, Candelária, Cachoeira do Sul, Taquari, Silveira Martins, entre outras. Em muitas delas, a resposta emergencial já mobiliza prefeituras, bombeiros e voluntários.
Frente fria avança pelo país
A frente fria que provocou os temporais no Rio Grande do Sul avança para outras regiões do país e deve atingir, até o fim de semana, os demais estados do Sul, parte do Sudeste e do Centro-Oeste. Segundo a MetSul Metereologia, enquanto a instabilidade começa a diminuir no sul e oeste do RS, a metade norte do estado permanece em alerta ao longo da noite.
Um centro de baixa pressão que acompanha o sistema deve se deslocar para o oceano, se aprofundando como um ciclone, o que ajudará a empurrar a frente fria para o Norte do país. A previsão indica que, neste sábado, o tempo seguirá instável em pontos de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, com risco de chuvas localmente fortes e temporais isolados. Apesar disso, a tendência é de que o tempo firme no decorrer do dia em boa parte do Sul.
Para o domingo, a MetSul afirma que a frente fria avança para o oeste e centro de São Paulo e deve alcançar também o Mato Grosso, com possibilidade de pancadas de chuva e tempestades localizadas, especialmente nas regiões paulista mais afetadas pelo calor nos últimos dias.
