Os Correios anunciaram a criação de dois selos em homenagem à luta camponesa, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Um deles marca os 40 anos do movimento, completados em 2024, enquanto o outro celebra o 17 de abril, Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, data que lembra o massacre de Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido em 1996. O anúncio foi feito durante a 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, realizada no Parque da Água Branca, em São Paulo.
Um dos selos traz a imagem de camponeses segurando uma bandeira do Brasil acoplada à do MST, com os dizeres “Dia Nacional da Luta pela Reforma Agrária”. O outro apresenta uma ilustração da bandeira do movimento cercada por frutas, sementes e plantas, símbolo da produção de alimentos em terras conquistadas. No centro, há a inscrição “MST/40 anos/2024”.
Diego Moreira, da direção nacional do setor de produção do MST, destacou ao Brasil de Fato o caráter simbólico da iniciativa: “Esse projeto vai permitir que as encomendas, as cartas, o que for circular pelos Correios tenham o selo do MST. [Os 40 anos do movimento e o 17 de abril] são duas questões simbólicas bastante importantes”.
Segundo o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, o selo referente ao 17 de abril foi solicitado pelo movimento dentro da previsão legal para selos comemorativos. “O selo advém de uma data legalmente constituída, que é o Dia Nacional de Luta, vamos lançá-lo em homenagem à data. O MST também tem um selo personalizado, que conta a história dos 40 anos do movimento”, explica em entrevista ao Brasil de Fato.
Os selos para a distribuição nas encomendas ainda estão sendo confeccionados, informou Santos. De acordo com ele, a data do lançamento depende agora de um agendamento junto ao MST. Independentemente de quando ocorrerá, ele confirmou a presença dos Correios no evento de lançamento. “Ficamos muito feliz por lançá-los”, disse.


Outras parcerias
O MST e os Correios também discutem convênios, com a possibilidade de os serviços postais apoiarem a logística de escoamento da produção das cooperativas da reforma agrária, assim como já ocorre com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Possivelmente vamos assinar aqui as intenções de termos os Correios como um suporte, já que circulam no Brasil inteiro, para a circulação dos produtos da reforma agrária a partir das cooperativas”, explicou Moreira.
Há também a expectativa da criação de uma ferramenta que sirva de “vitrine”para a produção das famílias assentadas. “No portal dos Correios, teremos um marketplace. Com isso, damos uma vitrine para que os produtos da agricultura familiar possam ser comprados por todas as famílias brasileiras.”
A 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo MST, ocorre entre os dias 8 e 11 de maio. Além da comercialização de alimentos sem veneno, o evento oferece uma extensa programação com debates, atrações culturais, apresentações musicais e feira de livros.