Fumaça branca e sinos na Basílica de São Pedro anunciam a eleição de novo papa

A aguardada fumaça branca foi liberada às 18h08 locais (13h08 de Brasília) desta quinta-feira (8) da capela Sistina, no Vaticano, anunciando a escolha do novo papa, sucessor de Francisco, pelos 133 cardeais eleitores reunidos no conclave desde o meio-dia de quarta-feira. O nome do escolhido será anunciado nos próximos minutos.

Para conhecer a identidade do novo guia espiritual de 1,4 bilhão de católicos, será preciso aguardar o “Habemus Papam”, o anúncio oficial feito no balcão da basílica de São Pedro e a aparição do 267º pontífice da Igreja católica. Milhares de pessoas estão na Praça de São Pedro para saber quem será o novo papa.

A maioria exigida é de 89 votos, que correspondem a dois terços dos sufrágios. “A hora de escolher”, afirma a manchete do jornal italiano La Stampa nesta quinta-feira. Quando o número é alcançado, as cédulas de votação são queimadas em um fogão e produtos químicos são adicionados para deixar a fumaça branca. Se a maioria não é alcançada, as cédulas são incineradas com substâncias que deixam a fumaça preta.

A fumaça branca foi avistada após duas fumaças pretas terem sido soltas pela chaminé do Vaticano entre a quarta e a quinta-feiras.

Conclave incerto

Os dois últimos conclaves, que resultaram nas eleições de Bento 16 em 2005 e do primeiro papa latino-americano em 2013, terminaram em apenas dois dias, com quatro e cinco rodadas de votação respectivamente.

Mas desta vez a decisão dos cardeais, guiados segundo a tradição pelo Espírito Santo e incomunicáveis, parece mais complicada. O pontificado de Jorge Mario Bergoglio gerou divisões consideráveis dentro da Igreja.

O jesuíta argentino criou quase 80% dos cardeais eleitores, mas agora os “bergoglistas”, que defendem uma visão mais aberta da Igreja, e os conservadores precisam chegar a um acordo para a eleição do 267º pontífice.

“Intrigas cardinalícias”

O sigilo dominou o rito tradicional, que acontece a portas fechadas na Capela Sistina e é alvo de especulações sobre as “intrigas cardinalícias”, como destacou o jornal La Stampa. O local do conclave não é um espaço para discursos, debates e negociações. As interações acontecem durante as refeições ou reuniões na residência Santa Marta e outras dependências do Vaticano.

Embora o grande favorito no início do conclave fosse o italiano Pietro Parolin, que foi o número dois de Francisco durante seu pontificado, a imprensa italiana apontou nesta quinta-feira outros nomes em ascensão.

O grupo inclui o filipino Pablo Virgilio David, que em caso de eleição seria o primeiro papa asiático, além dos espanhóis Cristóbal López Romero e Ángel Fernández Artime.

O decano do colégio cardinalício, Giovanni Battista Re, pediu na quarta-feira aos cardeais que mantenham “a unidade da Igreja”, em um momento “tão difícil e complexo da história”.

Como demonstração da solenidade e complexidade da eleição, os cardeais escrevem o nome de seu candidato, dobram sua cédula e a colocam em um prato de prata, diante do afresco do Juízo Final de Michelangelo.

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