Sete são presos em operação com foco em grupo investigado por lavar dinheiro do jogo do bicho em Januária


Foram cumpridos ainda 15 mandados de busca e apreensão e a justiça determinou a indisponibilidade de aproximadamente R$ 10 milhões em bens. Parte dos carros apreendidos
Polícia Civil
Sete pessoas foram presas em uma operação que teve como foco um grupo investigado por lavar dinheiro do jogo do bicho em Januária. A ação, denominada Ascêncio Bet, foi realizada nesta quarta-feira (31). Foram cumpridos ainda 15 mandados de busca e apreensão e a justiça determinou a indisponibilidade de aproximadamente R$ 10 milhões em bens.
Segundo o delegado Flávio Cavalcanti, a ação é um desdobramento da operação Game Over, realizada em Minas Gerais no ano de 2018 com o objetivo de identificar pessoas que atuavam no jogo do bicho.
“Em Januária, a investigação não se limitou apenas às prisões dos cambistas, foi além, foi para os donos do jogo. A investigação demonstrou que todo aquele dinheiro auferido era utilizado por um grupo familiar que injetava em empresas constituídas pelo próprio grupo, essas empresas recebiam esses ganhos ilícitos, misturam ao capital lícito e traziam aparência de legalidade para o dinheiro.”
Segundo o delegado, com o passar dos anos, os membros do grupo tiveram um aumento considerável em seu patrimônio. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados. A Inter TV conseguiu localizar a defesa de cinco dos sete presos, os advogado afirmaram que não irão se posicionar no momento.
“Observamos que as empresas recebiam depósitos que eram inseridos no capital da empresa, a partir de então, eles compravam outros bens, aumentando seu patrimônio. Ao todo, quatro empresas, entre elas um hotel situado em Januária e mais de 20 veículos foram indisponibilizados pela Justiça”
Dinheiro e cheque apreendidos
Polícia Civil
Ainda conforme o delegado Flávio Cavalcanti, os suspeitos formavam uma rede criminosa muito bem organizada.
“A gente observou que existia uma família que gerenciava o jogo do bicho na cidade e gerenciava também a lavagem de dinheiro. Essa lavagem contava tanto com essas pessoas quanto com outras, contava com contadores, para articular toda essa movimentação que envolvia as empresas, havia também pessoas que captavam esse dinheiro e inseriam nessas empresas, a partir daí esse dinheiro saía com aparência lícita.”
“Eles começaram com pequenas empresas, mas como as quantias eram muito grandes, essas empresas tiveram um crescimento vultuoso, destoante de outras do mercado.”
Conforme Flávio Cavalcanti, um dos objetivos da operação é proporcionar um cenário econômico mais justo para quem atua de forma lícita no mercado.
“Uma situação muito peculiar que observamos é que as empresas conseguiam manter preços abaixo do mercado, elas dificultavam a concorrência com aqueles que atuavam de forma lícita, era uma concorrência desleal.”
“É da própria natureza de quem comete esse crime de lavagem de dinheiro fazer com que aparentemente aquele status que ele atingiu seja lícito, muitas vezes recebendo homenagens, comendas, participando do seio da sociedade como se não fossem delinquentes, que é isso que são”, completou a delegada regional, Lujan Pinheiro.
✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Grande Minas no WhatsApp
Vídeos do Norte, Centro e Noroeste de MG
Veja mais notícias da região em g1 Grande Minas.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.