Piscicultura capixaba cresce 7,2% com apoio da tecnologia e da pesquisa

Piscicultura capixaba cresce 7,2% com apoio da tecnologia e da pesquisa

A produção de peixes de cultivo no Espírito Santo cresceu 7,2% em 2024, impulsionada por investimentos em inovação, tecnologia e pesquisa. O estado produziu mais de 20 mil toneladas no ano passado, mantendo a tilápia como carro-chefe da atividade.

Na Estação Experimental Pró Pescado, do Grupo Alinutri, localizada em Guarapari, a produção vai muito além dos tanques. O espaço funciona como um centro de pesquisa e desenvolvimento, onde são testadas soluções para melhorar o rendimento e reduzir os custos na criação de peixes como tilápia e pintado.

Acompanhe o Folha Business no Instagram

Municípios capixabas apostam na piscicultura para gerar renda

“Nosso trabalho aqui é desenvolver um pacote tecnológico completo para o produtor. Hoje conseguimos criar de 10 a 15 peixes por metro quadrado com o mesmo gasto de energia que antes era usado para apenas dois”, explica Amilton Neves Dias, coordenador da linha Pró Pescado da Alinutri.

A estação conta com 29 tanques de cultivo, todos equipados com aeradores, alimentadores automáticos e sistemas de monitoramento. São mais de 700 mil peixes em diferentes fases de crescimento, desde os alevinos até o ponto ideal de abate. A tilápia, por exemplo, leva em média seis meses para atingir o peso de um quilo.

As pesquisas desenvolvidas no local focam em temas como conversão alimentar, rendimento de filé, introdução de novas espécies e desenvolvimento de equipamentos mais eficientes.

“Quando falamos em pesquisa, trabalhamos com pilares como nutrição, genética, manejo e meio ambiente. O resultado é um peixe com melhor rendimento, mais saboroso e com menor impacto ambiental”, destaca o doutor em nutrição animal Douglas Haese.

Piscicultura movimenta economia e ganha espaço no Espírito Santo

Crescimento da produção aquícola no Espírito Santo

De acordo com o Anuário da Piscicultura 2024 da Peixe BR, o Brasil registrou um crescimento de 9,21% na produção nacional, somando 968.745 toneladas. No Espírito Santo, a produção subiu de 19.030 toneladas em 2023 para 20.410 em 2024. A tilápia continua liderando, com 19.910 toneladas, enquanto os peixes nativos representaram 500 toneladas.

A extensionista do Incaper, Lucimary Ferri, ressalta que o estado reúne condições favoráveis para o desenvolvimento da atividade, como clima adequado, fornecedores locais de alevinos e ração, além da proximidade com grandes centros consumidores como Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Entre os municípios que mais se destacam na produção estão Linhares, Domingos Martins, Guarapari, Marechal Floriano, Santa Leopoldina e Alegre. Mas novas regiões começam a se destacar.

Expansão da piscicultura em novos municípios

“Muniz Freire, por exemplo, tem o programa Mais Peixes, Cachoeiro de Itapemirim conta com uma cooperativa fomentando a atividade, e em Cariacica há uma associação de produtores. O cenário é promissor”, completa Lucimary.

Com esse avanço, a piscicultura se consolida como um importante motor da economia capixaba. E as expectativas para 2025 são ainda mais otimistas.

“Temos tudo para crescer e eu confio que a piscicultura vai continuar se desenvolvendo cada vez mais no Espírito Santo”, complementa a pesquisadora.

Leia também:

Adicionar aos favoritos o Link permanente.