A Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, expulsou 12 estudantes do curso de medicina que fizeram apologia ao estupro ao posarem para uma foto uma faixa com a frase: “entra porra escorre sangue”. Além das expulsões, outros 11 alunos receberam “sanções regimentais que configuram suspensões e outras medidas disciplinares”. A instituição de ensino, porém, não especificou as medidas.
“Comprometida com a transparência, os princípios éticos e morais, a dignidade social, acadêmica e a legislação vigente, a Faculdade Santa Marcelina reafirma sua postura proativa e colaborativa em relação ao assunto, perante as autoridades competentes”, afirmou a faculdade em nota na segunda-feira (28). A Associação Atlética Acadêmica, a qual pertenciam os alunos, também permanece interditada desde o ocorrido.
A fotografia foi publicada nas redes sociais no dia 15 de março deste ano e gerou uma onda de indignação. Além das medidas internas, a faculdade comunicou os fatos ao Ministério Público e identificou os alunos junto à Polícia Civil.
Na época, o Coletivo Feminista Francisca, formado por alunas da faculdade, publicou sobre o caso nas redes sociais. “Não vamos tolerar qualquer ato ou fala que tente instaurar o medo e a opressão nos corredores da Santa Marcelina. (…) Estamos aqui também para cobrar um posicionamento da Atlética e esperamos que ela haja de maneira a assegurar a saúde mental e física de todas mulheres que ocupam o espaço da faculdade”, disse a organização.
De acordo com o grupo, a frase presente na faixa teria sido retirada de uma música cantada por alunos, que contém ainda mais referências à violência sexual. A música foi banida em 2017 após uma denúncia do próprio coletivo. Na época, o grupo fez uma publicação nas redes sociais dizendo que “a abolição da mesma [música], foi o mínimo a ser feito, tendo em vista seu conteúdo claramente violento e opressor“. A Faculdade Santa Marcelina afirmou que, na ocasião, não teve conhecimento da denúncia e por isso não agiu.