
A indústria de fundos no Brasil segue refletindo a preferência dos investidores por ativos mais conservadores em 2025. De acordo com dados da ComDinheiro, até 31 de março, a captação líquida da indústria totalizou R$ 43,1 milhões, puxada principalmente pelos fundos de renda fixa, que sozinhos captaram R$ 165,85 bilhões. Em sentido oposto, fundos multimercado e fundos de ações continuam registrando saídas líquidas significativas, de R$ 91,28 bilhões e R$ 31,58 bilhões, respectivamente.
A movimentação dos investidores está fortemente ligada ao comportamento da curva de juros. Filipe Ferreira, diretor de negócios da ComDinheiro, explicou que a combinação de juros elevados com forte variação da curva prejudicou a rentabilidade dos fundos multimercado e de ações, aumentando o receio dos investidores em aplicar nesses segmentos.
“Estamos em um cenário de juros altos, mas também de muita variação na curva, o que machuca a cota desses fundos sensíveis a essa oscilação“, afirmou Ferreira. Ele destacou que, enquanto a renda fixa entrega uma rentabilidade alta com menor oscilação, muitos investidores optam por estratégias mais conservadoras, olhando para o retorno histórico de curto prazo.
O diretor também apontou que uma reversão desse movimento dependerá de mudanças no ambiente econômico: “Se começarmos a ver uma política monetária expansionista, com redução dos juros, e um fiscal mais contido que permita essa trajetória, podemos voltar a observar fluxos para ativos de mais longo prazo e maior volatilidade“, avaliou.
O levantamento da ComDinheiro mostra ainda que:
- Fundos Cambiais registraram resgate líquido de R$ 1,38 bilhão até março.
- FMP-FGTS teve saída líquida de R$ 288,5 milhões no mesmo período.
Comparativo com anos anteriores:
- Em 2024, a renda fixa já havia liderado a captação líquida, com R$ 252,27 bilhões, enquanto multimercados e ações sofreram resgates de R$ 19,07 bilhões e R$ 921 milhões, respectivamente.
- Em 2023, o saldo positivo da renda fixa foi de R$ 24,93 bilhões, diante de resgates de R$ 35,87 bilhões em ações e R$ 52,80 bilhões em multimercados.
O padrão de busca por menor volatilidade e previsibilidade nas aplicações reforça a importância da política monetária e do cenário fiscal na formação do comportamento dos investidores em 2025.
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O post Investidores priorizam renda fixa e evitam risco em 2025, aponta estudo apareceu primeiro em BM&C NEWS.