Mulher confessa assassinato de dono de academia em Feira de Santana; ela trabalha como agente de segurança

Complexo de Delegacias
Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A Polícia Civil de Feira de Santana segue os trabalhos para elucidar mais um homicídio. A companheira de Edmárcio Azevedo de Jesus, de 51 anos, confessou na última sexta-feira (25), o assassinato do namorado. Segundo a polícia, eles mantinham uma relação de pelo menos dois meses.

Edmárcio, que também era conhecido como China e proprietário de uma academia na cidade, foi morto com pelo menos quatro tiros na última terça-feira (22) na sua própria residência, na Avenida Lucilândia, no bairro Gabriela. Os disparos atingiram a região do peito da vítima.

Homicídio é registrado no bairro Gabriela assassinato de dono de academia
Foto: Acorda Cidade

Em entrevista ao Acorda Cidade, o delegado Gustavo Coutinho deu mais detalhes sobre a elucidação do crime. De acordo com ele, um advogado contratado pela mulher havia entrado em contato com a polícia para apresentá-la na última sexta (25). Até este momento a polícia estava ouvindo parentes e vizinhos, checando câmaras de segurança, mas não havia dado ainda a qualificação da suspeita.

“Na sexta-feira à tarde, essa mulher de 30 anos de idade compareceu. Estava chorando bastante, nervosa e passou a narrar toda a situação. Ela disse que era aluna da academia em que o China era proprietário e que acabou conhecendo ele, trocaram o telefone. Na oportunidade, ela estava em processo de separação com o atual companheiro. Ela estava um pouco fragilizada e acabou mantendo um relacionamento extraconjugal com o China.”

Segundo o delegado, durante os dois meses, o casal teve entre quatro a cinco encontros, mas a mulher desistiu retornar para o antigo companheiro e que Edmárcio não aceitava o antigo relacionamento.

“Ela alega que o China não aceitou o término do relacionamento. Inclusive, ameaçou, fez uma chamada de vídeo, ameaçou com a arma de fogo. Dizendo que caso ela não voltasse, que iria matar ela e o companheiro dela e não aceitando, alegando que ela tinha enganado ele e tal. Ela, com muito medo, inclusive, o China falou que iria mostrar os sprints das conversas para as pessoas, que iria divulgar”.

Polícia investiga assassinato de Edmárcio Azevedo de Jesus
Edmárcio Azevedo de Jesus, de 51 anos

Confissão e Detalhes do Crime

A mulher informou à polícia que ficou com medo e passou a ser ameaçada por Edmárcio. Inclusive, ela informou que é mãe de quatro crianças e trabalha como agente de segurança. Ainda segundo informações de Gustavo Coutinho, no dia 21 de abril, feriado, a mulher foi até a casa da vítima por volta das 20h.

“Ela disse que ele tentou agarrá-la à força, ela não queria. Queria conversar primeiro. Inclusive, ameaçou novamente com a pistola. E disse que se ela enganasse mais uma vez, que ela iria morrer naquela oportunidade. Então os dois começaram a conversar. Tomaram cerveja, tomaram vinho. Então ela confirma realmente que eles ingeriram bebida alcoólica”.

No depoimento, a mulher confessa que havia levado uma porção de cocaína e um comprimido de clonazepam e que, teria misturado as substâncias para sedar Edmárcio. Depois que ele adormeceu, ela atirou nele com uma pistola calibre 380. A mulher justificou que ficou com medo, pois o homem ameaçou ela e os filhos.

Delegado - Gustavo Coutinho
Delegado Gustavo Coutinho | Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Ela disse que estava com muito medo e sabia que ele ia atrás dela, dos filhos e do companheiro. Então nesse momento ela disse que pegou a pistola dele e efetuou os disparos. Ela disse que depois dos disparos ficou um pouco atordoada e saiu correndo. Levou a pistola, o celular dele e também a carteira de documentos. Nenhum dos objetos foi apresentado por ela”, confirmou o delegado ao Acorda Cidade.

Investigação em Andamento

A suspeita ainda disse ao delegado que teria jogado a arma e a carteira em um terreno baldio no caminho.

Nesta segunda-feira (28), a polícia está ouvindo outras testemunhas para aprofundar as investigações. A mulher ainda não foi presa. Agora, a civil segue as diligências para decidir se cabe um pedido de prisão preventiva ou se ela poderá responder em liberdade. A polícia tem até 30 dias para concluir o inquérito.

“Na conclusão do inquérito, se for caso de prisão preventiva, nós vamos reapresentar. Ela vai aguardar o julgamento encarcerada. Mas se comprovar que ela agiu com homicídio privilegiado, pelo fato de ele estar ameaçando, tentando estuprar ela também, se comprovar essas exceções, possa ser que ela responda o processo em liberdade. Depende muito também do Ministério Público e da juíza avaliar essas situações.”

A polícia ainda informou que havia um revólver de cano longo no local do crime que também pertencia a vítima, assim como a pistola utilizada no crime, mas nenhuma delas foi encontrada.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade

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