No RS, pesquisadores apresentam crânio de antecessor dos mamíferos, um animal que ninguém conhecia ainda

A descoberta foi na mesma região central do Rio Grande do Sul onde outros fósseis importantes foram encontrados – como os de anfíbios e mamíferos que viveram antes dos dinossauros. Pesquisadores gaúchos descobriram o fóssil de uma espécie de animal que marcou o início da evolução dos mamíferos.
A descoberta foi em uma área rochosa no município de Dona Francisca, a 270 km de Porto Alegre. O crânio encontrado é de um animal ainda não conhecido do grupo chamado de cinodontes.
No RS, pesquisadores apresentam crânio de antecessor dos mamíferos, um animal que ninguém conhecia ainda
Jornal Nacional/Reprodução
“Ele viveu um período um pouco antes dos primeiros dinossauros. Seria, mais ou menos, entre 241 a 236 milhões de anos atrás. Após longo período de comparações com vários cinodontes tanto da América do Sul e quanto da África, a gente constatou que se tratava de uma nova espécie”, afirma o paleontólogo Leonardo Kerber.
Segundo os pesquisadores, o animal media cerca de 1 m de comprimento, pesava 8 kg, se alimentava de vegetais e tinha o sangue frio, comum em lagartos e crocodilos. Foram quase 15 anos de estudos, antes de a descoberta ter sido publicada na revista americana “The Anatomical Record”, referência na área.
Animal media cerca de 1 m de comprimento, pesava 8 kg e se alimentava de vegetais
Jornal Nacional/Reprodução
“Esses fosseis, depois que a gente coleta eles no campo, eles levam, às vezes, alguns anos para ser removida toda a rocha deles e eles serem preparados para ser de fato expostos para estudo”, explica Flávio Augusto Pretto, paleontólogo da UFSM.
Os cientistas compararam o fóssil com dezenas de coleções do Brasil, da Alemanha e da Inglaterra, e também encaminharam a descoberta para a Suíça, onde passou por exames como tomografias. Com isso, os pesquisadores conseguiram reconstruir as cavidades internas do animal.
“A gente consegue resgatar uma série de informações sobre anatomia e sobre a evolução desses animais, de como ele se relacionava com o mundo que ele vivia, que era um mundo completamente diferente do que a gente vive hoje”, afirma Leonardo Kerb.
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A descoberta foi na mesma região central do Rio Grande do Sul onde outros fósseis importantes foram encontrados – como os de anfíbios e mamíferos que viveram antes dos dinossauros.
“As carcaças dos animais que estavam nessas planícies de inundação acabavam sendo soterradas por essa lama e, com muito tempo depois, acabava se tornando fósseis”, explica Rodrigo Temp Müller, paleontólogo da UFSM.
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