Recessão nos EUA: “se lá treme, aqui é terremoto” avalia economista

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Durante entrevista ao programa BM&C News, o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, alertou que o risco de uma recessão nos Estados Unidos é cada vez mais concreto e pode trazer sérias consequências para a economia global. Segundo ele, bancos como o Wells Fargo já estimam uma probabilidade de 55% de recessão ainda em 2025.

A recessão americana parece praticamente inevitável, considerando fatores como a elevação de tarifas, inflação e queda nos investimentos”, afirmou Sanchez. Para o economista, se a recessão não se confirmar em 2025, ela pode ocorrer até o início de 2026.

Impactos sobre o Brasil e economias emergentes

Sanchez destacou que a desaceleração da maior economia do mundo terá efeitos amplificados em países emergentes, como o Brasil, que já possuem alta volatilidade estrutural. “Se os Estados Unidos balançam, países como o Brasil enfrentam verdadeiros terremotos”, disse.

Ele alertou que a redução da segurança dos investimentos americanos, tradicionalmente considerados risk free, diminui ainda mais o apetite dos investidores por ativos de países emergentes. “O impacto sobre o fluxo de investimentos e a desaceleração do PIB brasileiro tendem a ser expressivos”, acrescentou.

Expansão fiscal no Brasil pode atenuar efeitos, mas riscos persistem

O economista também avaliou que o governo brasileiro pode tentar utilizar o cenário externo adverso como justificativa para novas medidas de estímulo fiscal. No entanto, Sanchez alerta que o espaço para gasto público é limitado e que a expansão do crédito nos últimos anos já deixou uma fatura que precisará ser paga.

O PIB brasileiro, que já projeta crescimento modesto, pode sofrer ainda mais. E diferentemente do que já vimos em desacelerações de economias europeias, quando o PIB global se manteve, uma desaceleração dos Estados Unidos sempre puxa a economia mundial para baixo”, afirmou.

Desaceleração americana tende a afetar o PIB global

Para Sanchez, a influência dos Estados Unidos sobre a economia global é tão grande que uma recessão no país inevitavelmente levará a uma desaceleração do crescimento global. “Não há precedente recente de desaceleração americana sem impacto negativo sobre o PIB mundial”, concluiu.

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