
Durante entrevista ao programa BM&C News, o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, comentou as projeções recentes divulgadas pelo FMI que apontam para uma deterioração preocupante na trajetória da dívida pública brasileira. Segundo o Fundo, a relação dívida/PIB do Brasil pode alcançar 99% até 2029, considerando a metodologia que inclui os títulos do Tesouro.
“Quando falamos de risco fiscal, não é apenas sobre o orçamento do próximo ano, é sobre trajetória. E a trajetória do Brasil já está no vermelho há muito tempo”, afirmou Sanchez.
Dívida/PIB e problema fiscal estrutural
Sanchez destacou que a deterioração das contas públicas brasileiras não é um fenômeno recente. Para ele, o desequilíbrio é estrutural e reflete a incapacidade de o país ajustar suas finanças em períodos prolongados.
“Essa situação ajuda a explicar por que o câmbio está dilatado e por que o prêmio de risco do Brasil é tão elevado. Não conseguimos consolidar as contas públicas e seguimos aumentando o endividamento”, avaliou.
Segundo o economista, mesmo com novas regras fiscais, como o arcabouço, as exceções e brechas no sistema continuam alimentando a dívida.
PIB fraco agrava relação dívida/PIB
Outro fator que pesa na análise do FMI, segundo Sanchez, é a perspectiva de crescimento econômico modesto nos próximos anos. Sem um PIB robusto, a relação dívida/PIB tende a se agravar, uma vez que a receita do governo cresce em ritmo mais lento.
“Se a economia não cresce, a arrecadação não cresce, e o peso da dívida aumenta. É um ciclo que retroalimenta o endividamento e torna a trajetória ainda mais preocupante”, afirmou.
Trajetória fiscal permanece crítica
Sanchez concluiu que a situação fiscal brasileira exige atenção contínua. “O sinal de alerta não é recente. Já estamos com luz vermelha acesa há muito tempo, e, no atual cenário, não há perspectiva de mudança estrutural no curto prazo”, finalizou.
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