Estatinas: remédio para colesterol causa demência ou protege cérebro?

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Foto: Freepik

A demência é uma das condições que mais preocupa a medicina moderna. Estima-se que 55 milhões de pessoas convivam com algum tipo de demência no mundo, e esse número pode triplicar até 2050.

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Entre as causas mais comuns estão o Alzheimer e a demência vascular, ambas com enorme impacto na vida das pessoas e seus familiares. Mas e se um medicamento que já usamos para o coração também ajudasse a proteger o cérebro?

Demência: estudo foi realizado com estatinas

Um estudo recente, uma meta-análise, publicado em 2025, trouxe luz a essa questão. Foi a maior análise já feita sobre o tema, incluindo mais de 7 milhões de pessoas de diferentes partes do mundo.

Os pesquisadores avaliaram se o uso de estatinas – remédios que reduzem o colesterol e são amplamente usados na prevenção de infartos e AVCs – também estaria associado à redução do risco de demência.

Já houve questionamentos no passado, que medicações para baixar o colesterol, poderiam levar a uma deterioração da função cerebral, e esse estudo comprova que esse medo não deve existir, além de segurança há proteção.

A resposta foi animadora: o uso de estatinas foi associado a uma redução significativa do risco de demência, incluindo Alzheimer e demência vascular.

Efeito mais forte em pacientes com diabetes tipo 2

O efeito foi ainda mais forte em pessoas que usaram a medicação por mais de 3 anos e em pacientes com diabetes tipo 2.

Entre as diversas estatinas analisadas, a rosuvastatina se destacou como a que teve maior efeito protetor.

Além de baixar o colesterol, as estatinas têm efeitos chamados “pleiotrópicos”, ou seja, benefícios que vão além da sua ação principal.

Elas podem melhorar o fluxo sanguíneo cerebral, reduzir inflamações e influenciar mecanismos relacionados à formação de placas que afetam o cérebro no Alzheimer.

Importante lembrar que esse estudo foi baseado em análises observacionais, ou seja, ele mostra uma associação, mas não prova causa e efeito.

Mesmo assim, os dados são promissores. Para quem já tem indicação de estatinas por questões cardiovasculares, esse pode ser mais um benefício a considerar.

Para quem tem risco aumentado, a orientação é ir ao médico

E para quem tem risco aumentado de desenvolver demência, como histórico familiar ou doenças vasculares, conversar com o médico pode ser um bom caminho.

Como sempre, a melhor estratégia é a prevenção. Manter o colesterol e a pressão sob controle, cuidar da alimentação, fazer atividade física e manter o cérebro ativo continuam sendo as grandes chaves para um envelhecimento saudável – para o coração e para o cérebro.

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