Estudo sobre aumento do autismo nos EUA não estará pronto até setembro, segundo funcionário

O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr. (dir.), é um conhecido cético das vacinasOliver Contreras

Oliver Contreras

Um alto funcionário americano corrigiu nesta terça-feira (22) o ambicioso cronograma do secretário de Saúde dos Estados Unidos, Robert F. Kennedy Jr., no qual prometia revelar em setembro de 2025 a causa do aumento dos casos reportados de autismo.

Kennedy Jr., um cético das vacinas, tem promovido há bastante tempo uma teoria desacreditada que vincula as vacinas infantis com o autismo. “Para setembro, sabermos o que causou a epidemia de autismo”, disse ele no início deste mês.

Contudo, Jay Bhattacharya, diretor dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), disse à imprensa nesta terça que o cronograma prometido não se referia a uma descoberta, mas ao lançamento de uma nova pesquisa sem data limite para dar resultados.

“Esperamos que até setembro publiquemos a convocatória de propostas e convoquemos um concurso entre cientistas de todo o país”, explicou.

O prazo para a obtenção dos resultados “é difícil de prever”, esclareceu, mas insistiu em que sua equipe estava “reduzindo a burocracia” para eliminar obstáculos no processo.

Segundo um estudo publicado na semana passada pelos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC), em 2022 aumentou a prevalência estimada do autismo em crianças de oito anos para uma em cada 31, em comparação com uma em cada 150 no ano 2000, uma tendência que os autores atribuem a melhores métodos de diagnóstico.

O autismo é um transtorno complexo do neurodesenvolvimento que afeta o comportamento, a comunicação, a aprendizagem e a interação social.

Não existe uma única causa conhecida, mas é provável que intervenha uma combinação de fatores genéticos e ambientais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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