OMS alerta sobre aumento de falsificações de Ozempic e Wegovy

O Ozempic é um remédio para diabetes tipo 2 que também tem efeitos para perda de pesoMARIO TAMA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta, na segunda-feira (29), sobre o aumento da falsificação dos remédios chamados de agonistas de GLP-1 – como a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy – provocada pela escassez deles no mercado. 

O aviso também enfatiza que a escassez prolongada dos remédios gera “consequências desproporcionais” aos pacientes com diabetes tipo 2. Em meio ao crescimento do uso off-label (finalidade diferente da bula), para pessoas que querem apenas perder peso, a OMS pede que os profissionais de saúde atentem-se e cumpram as “boas práticas de prescrição”.

Oficialmente, no ano passado, a Anvisa alertou sobre dois lotes de Ozempic falsificados, o MP5C960 e o LP6F832, identificados pela Novo Nordisk e repassados para a agência em junho e outubro. Em 2024, um novo lote (MP5A064, validade 10/2025, embalagem em espanhol) foi detectado no último dia 11 de janeiro. 

“A escassez tem um impacto negativo no acesso a produtos médicos e cria um vácuo que é muitas vezes preenchido por versões falsificadas. No ano passado, a escassez global de produtos indicados para controlar o diabetes tipo 2 e, às vezes, também aprovados para perda de peso, conhecidos como produtos agonistas do receptor do peptídeo 1 semelhante ao glucagon (GLP-1-RA), foram associados a um aumento nos relatos de GLP-1-RA falsificado”, diz o comunicado da OMS.

Os dois remédios são produzidos pela farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, e tiveram uma alta demanda em todo o mundo devido ao efeito inédito que a molécula tem na perda de peso e tratamento da obesidade. 

Em outubro do ano passado, a autoridade sanitária da Áustria emitiu um alerta após várias pessoas serem hospitalizadas com quadros graves de hipoglicemia e convulsões devido ao uso de versões falsas dos agonistas de GLP-1.

“Estas versões falsificadas são frequentemente vendidas e distribuídas através de meios de comunicação não regulamentados, incluindo plataformas de redes sociais. (…) Sabe-se que os produtos médicos falsificados não têm eficácia e/ou causam reações tóxicas. Não são aprovados nem controlados pelas autoridades competentes e podem ter sido produzidos em condições pouco higiênicas por pessoal não qualificado, conter impurezas desconhecidas e podem estar contaminados com bactérias”, continua a OMS.

Como se precaver?

A primeira coisa que precisa ser dita é: não compre ou tome remédios por conta própria, sem o conhecimento, aval e acompanhamento devido de um(a) médico(a).

Caso precise fazer uso de algum medicamento da classe dos agonistas de GLP-1, sempre procure fornecedores autorizados e regulamentados, farmácias legítimas.

Nunca opte por adquirir remédios por meio de redes sociais ou sites de livre comércio, pois essa atitude eleva o risco de receber um produto falso.

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