MPF pede que Polícia Federal investigue comentário homofóbico contra promotor do Acre


MPF enviou ofício à Polícia Federal para que o caso seja investigado. Promotor Tales Tranin foi vítima de homofobia nas redes sociais no último dia 18. Autor foi identificado e o MP-AC pediu que seja investigado possível crime de homofobia
Reprodução
O possível crime de homofobia cometido contra o promotor de Justiça Tales Tranin deve também ser investigado pela Polícia Federal (PF-AC). O Ministério Público Federal (MPF-AC) solicitou abertura de inquérito policial pela PF para apuração dos fatos.
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No último dia 19, o Ministério Público do Acre (MP-AC) pediu a abertura de um inquérito policial para apurar o possível ocorrido em comentário feito em uma rede social.
No comentário, um homem identificado como Pablo Felipe afirma: “Esse g.a.y (sic) lá sabe de nada”. Em resposta, um outro usuário diz a Pablo Felipe: “toma cuidado, vc (sic) vai ser preso”. De acordo com o MP-AC, o primeiro comentário foi publicado em uma matéria que citava Tranin, e configura crime de racismo, ao qual a homofobia é equiparada.
O pedido de apuração pelo MP-AC foi assinado pela promotora Patrícia Rego, coordenadora-geral do Centro de Atendimento à Vítima (CAV).
Já nessa segunda-feira (29), o procurador Regional dos Direitos do Cidadão no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, enviou um ofício à PF-AC solicitando o início das investigações. Conforme o procurador, a ‘prática representa uma violência contra essa coletividade, provocando danos à saúde mental das vítimas”
“A postagem demonstra como a internet tem servido de palco para o ódio à população LGBTQIA+ e escancara a realidade discriminatória alimentada pela ideia de que é um território sem lei”.
O g1 não conseguiu contato com Pablo Felipe.
Postagem
Tranin conta que soube do caso através da imprensa, quando um jornalista entrou em contato para falar sobre o caso. Ele pensou que o jornalista se referia a um caso anterior, e quando soube do novo ataque, encaminhou as informações à promotora Patrícia.
“Fiquei sabendo pela imprensa. Um repórter amigo ligou para mim perguntando sobre esse caso. Achei até que ele estivesse falando sobre aquele caso do policial penal, do ano passado. Eu falei: ‘não, isso já tem sete meses’. E ele me explicou que não, que um site tinha publicado, e mandou para mim”, diz.
Em julho do ano passado, quando atuou nas negociações com presos que fizeram uma rebelião no presídio Antônio Amaro, em Rio Branco, Tranin foi alvo de outro comentário homofóbico em uma rede social. Ele lamentou casos de intolerância e diz que esse tipo de crime deve ser combatido.
“É uma agressão gratuita de uma pessoa que nem conheço. Não sei nem o contexto que ele fez esse comentário, deve ter sido em alguma outra matéria que eu devia estar atuando. Nem sei, pois só tem o print pequeno. É lamentável que as pessoas ainda sejam atacadas pela sua orientação, pela cor da pele, ou por qualquer outra coisa, alguma religião que segue. É triste, mas a gente tem que combater”, finaliza.
VÍDEOS: g1
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