Lula nega convite para ministério a Tabata Amaral e diz que prioridade em São Paulo é ‘derrotar o bolsonarismo’


Afirmação ocorreu durante entrevista à rádio CBN Recife nesta terça-feira (30). Tabata Amaral (PSB) lançou a pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo, com apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin. Lula apoia o pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL). O presidente Lula (PT) e a deputada Tabata Amaral (PSB), que é pré-candidata à Prefeitura de SP em 2024.
Ricardo Stuckert/PR
Após a deputada federal Tabata Amaral (PSB) lançar a pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo, com apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin, o presidente Lula (PT) negou nesta terça-feira (30) ter oferecido ministério para que a parlamentar desistisse da campanha e enfatizou que a prioridade na capital paulista é “derrotar o bolsonarismo”.
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A afirmação ocorreu durante entrevista à radio CBN Recife.
“Tenho uma relação de muito respeito com a Tabata, uma jovem que tem um futuro político nesse país. Eu jamais iria tentar corrompê-la com um cargo para ela não ser candidata a prefeita. Ela sabe o que pode fazer, tem noção do que é São Paulo. Se ela quiser ser candidata a prefeita, e ela vai ser, porque tem um partido político que vai decidir, não é o presidente Lula que vai impedir”.
“Se a Tabata for candidata e o Boulos for candidato, quem for melhor e for para o segundo turno, eu estarei apoiando. Se os dois forem para o segundo turno, aí sim, vai ter divergência. Mas o que nós precisamos é derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo”.
O bolsonarismo citado por Lula é representado pelo atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que deve ter apoio do Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nesta segunda (29), o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai apoiar o a campanha de reeleição de Nunes, conforme divulgado no blog de Andréia Sadi em dezembro de 2023.
O partido, inclusive já indicou o nome do bolsonarista Coronel Mello Araújo para ser vice na chapa do MDB. Mello foi ex-presidente da CEAGESP durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
O governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao lado do prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em reunião do Palácio dos Bandeirantes, em janeiro de 2023.
Divulgação/GESP
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) também deixou claro, durante evento no dia 15 de janeiro deste ano, que o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), terá seu apoio na eleição municipal de outubro, quando ele tentará a reeleição.
Em setembro do ano passado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou que era natural “seguir com o PL no governo” ao ser questionado se ele estava em crise com bolsonaristas após ter feito uma série de gestos para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, e também, paralelamente, de tentativas de negar a aproximação.
Lula apoia Guilherme Boulos
Ainda durante a entrevista à rádio CBN, Lula reforçou seu apoio ao candidato Guilherme Boulos (PSOL) e também o apoio para o retorno de Marta Suplicy ao Partido dos Trabalhadores, que aceitou ser vice na chapa de Boulos após conversa com Lula.
“Todo mundo sabe que eu tenho um candidato em São Paulo que é o Boulos, já da outra vez, que eu trabalhei para que a Marta voltasse ao PT, e vai voltar ao PT agora dia 2 de fevereiro e vai ser candidata a vice do Boulos. E será maravilhosa a disputa política democrática”.
Marta Suplicy em reunião com o presidente Lula sobre as eleições de 2024.
Ricardo Stuckert/PR
Boulos e Marta almoçaram juntos no dia 13 de janeiro. Na saída, Boulos conversou com os jornalistas e afirmou que o PT vai definir a chapa e que Marta agrega muito ao projeto.
“Os próximos passos, seja da filiação dela ao PT, formalização da chapa, vai ser feito pelo diretório municipal do Partido dos Trabalhadores, com certeza com a participação do Rui, de várias outras lideranças, sabendo o seguinte: a Marta agrega profundamente para o projeto que nós estamos construindo na cidade de São Paulo”, disse.
Marta Suplicy (sem partido), oferece almoço neste sábado (13) em sua residência no Jardim Paulista, para o pré candidato a prefeitura da cidade de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) e Rui Falcão (deputado federal).
Aloisio Maurício/Estadão Conteúdo
Pré-candidatos
Além de Tabata Amaral, a capital paulista já tem outros dois pré-candidatos à Prefeitura em 2024: o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que vai tentar a reeleição, e o também deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as candidatas e candidatos do pleito de 2024 devem ser escolhidos nas convenções partidárias, que serão realizadas no período entre 20 de julho e 5 de agosto.
A partir da esq., os pré-candidatos à Prefeitura de SP Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB)
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados; ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO; Billy Boss/Câmara dos Deputados
No Brasil, não há candidatura avulsa. Portanto, para concorrer a algum cargo, a pessoa deve estar filiada a um partido político.
Podem participar das eleições os partidos políticos que tenham seu estatuto registrado no TSE até seis meses antes do pleito e que, até a data da convenção, tenham órgão de direção definitivo ou provisório na circunscrição do pleito. Nas eleições municipais, a circunscrição é a respectiva cidade.
Definidas as candidaturas, as agremiações têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral. As eleições municipais de 2024 serão realizadas no dia 6 de outubro.
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