
Nesta semana, estudantes do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), em Cachoeira, realizaram duas manifestações solicitando melhorias na infraestrutura do campus. Os encontros ocorreram na segunda-feira (14) e na terça-feira (15).
Na quarta (16), um novo grupo se reuniu para discutir as pautas de reivindicação, que incluem a instalação de uma unidade do Restaurante Universitário (RU), a colocação de bebedouros e a liberação de banheiros interditados.

Cabe destacarmos que a Universidade Federal do Recôncavo Baiano, que conta com 18.593 estudantes distribuídos em sete campus, possui um Restaurante Universitário na sede da instituição em Cruz das Almas, no entanto os outros centros de ensino não contam com uma unidade do restaurante. A instalação de um RU no Centro de Artes, Humanidades e Letras é uma pauta antiga dos estudantes do CAHL.
Ao Acorda Cidade, Joana Renata, estudante do curso de Jornalismo, ressaltou os prejuízos desses problemas para a permanência dos estudantes.

“Desde que voltamos para o semestre letivo atual encontramos um CAHL cada vez com mais deficiência de ambientes para os estudantes. A maioria dos banheiros, estão interditados, o bebedouro não funciona, os ares-condicionados das salas estão sempre com defeito, imagine no calor que está fazendo em Cachoeira. Nós estamos sendo prejudicados com o que está acontecendo aqui no CAHL. É de interesse de quem? Um centro de humanidades com tantos alunos sem o mínimo de dignidade para estarem aqui? A gente já enfrenta problemas há muitos anos com a falta do RU, com o fechamento da residência universitária, mas em vez de avançar, parece que a gente está regredindo nos avanços que a gente está tentando conquistar e essas questões afastam cada vez mais os alunos”, frisou.
Reclamações dos estudantes do CAHL e a falta de estrutura
Atualmente o centro contava com dois bebedouros. Um foi retirado e o outro está interditado. O Centro conta com três banheiros masculinos, dos quais dois estão interditados há meses.

A estudante de Jornalismo Beatriz Rabelo também relatou ao Acorda Cidade a situação crítica vivenciada pelos estudantes.

“Olha, a gente está passando por um momento bem complicado. Se eu não me engano, só tem um banheiro funcionando, pelo menos o feminino só tem um funcionando, no segundo andar, do outro lado, do lado oposto de onde a gente está tendo aula. O bebedouro que está funcionando também é o desse lado. Um dia eu até esqueci minha garrafa e fui beber água de lá e a água estava pegando fogo. Então é assim que nós estamos… As portas também estão com problema. Os ares-condicionados das salas não funcionam direito. Então a gente fica com calor, sem ir no banheiro e com sede”, disse.
O estudante Júlio César reforçou a sensação de abandono por parte da gestão.

“Estamos nos movimentando para poder justamente protestar contra a situação de abandono que estamos vivendo. A experiência acadêmica dos alunos está comprometida. Temos os calouros e também os alunos que estão aqui há muitos anos, que precisam desse apoio de um RU, que precisam também da questão da residência, para justamente facilitar a permanência dos alunos que batalharam muito para chegarem a um espaço como este. Mas, para além disso, tem situações básicas, como o bebedouro, o banheiro, a limpeza do centro, que está comprometida pela falta de iniciativa da gestão, da direção do Centro de Artes, Humanidades e Letras”, disse.
É importante ressaltarmos que recentemente, na quarta-feira, dia 9 de abril, os bebedouros da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba), localizada em em Salvador, foram interditados após indícios de contaminação por Coliformes totais e Escherichia coli serem encontrados. Conforme a Universidade a medida foi tomada após recomendação da Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMAI).

Estudantes chamam atenção para bebedouros
Outro estudante de Jornalismo, Daílson de Jesus, destacou ao Acorda Cidade os problemas estruturais do prédio e expôs que há muito tempo o prédio não passa por reformas.

“Há muito tempo que não se tem uma reforma, uma reforma séria. Tem salas aqui que, quando chove, parece que chove mais dentro do que fora. E são coisas pontuais que acontecem aqui que a direção do centro parece que não consegue resolver, coisas simples. Geralmente eles alegam que não tiveram tempo, mas a gente ficou muito tempo com a Universidade fechada e quando retornamos pouca coisa mudou aqui. As paredes estão todas sem uma pintura nova. O verdadeiro abandono aqui dentro desse centro,” descreveu.

Ao Acorda Cidade, o estudante de jornalismo Vinícius Neves fez críticas diante da falta de água digna para o consumo no campus.

“A gente enfrenta vários problemas, um deles é a questão do bebedouro, não dá para consumirmos essa água, quem consome se arrisca. Outro problema agravante que a comunidade acadêmica encontra é a vulnerabilidade alimentar, a falta de um RU, para que a galera possa se alimentar, possa permanecer na universidade. Estruturalmente, a universidade também não oferece um conforto. As temperaturas altíssimas, salas lotadas, os banheiros interditados há quase um ano. Então o que a gente pode fazer? Se a gente grita e a reitoria não escuta, se a gente fala e o centro não escuta… Botar a voz da gente para fora, gritando para que alguém escute e faça alguma coisa por nós”, expôs.
A produção do Acorda Cidade entrou em contato com a direção responsável pelo Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) e aguarda um retorno.
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