Motoristas temem circular por bairro de Ribeirão Preto após ônibus serem atacados e deixarem local sob escolta


Transporte público no Jardim Cristo Redentor não foi interrompido, mas sindicato adverte sobre urgência na segurança. “Se ninguém tomar providência vai prejudicar a população”, afirma representante da entidade. Ônibus são escoltados por conta de violência em bairro de Ribeirão Preto, SP
Depois de deixarem o Jardim Cristo Redentor sob escolta, após ataques de vandalismo e ameaças, motoristas de ônibus de Ribeirão Preto (SP) retomaram a rotina do transporte público na região, mas com medo, afirma o secretário geral do sindicato que representa a categoria, Marcelo da Silva Leão.
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Ao menos três veículos da frota municipal tiveram que deixar o bairro, localizado na zona norte da cidade, com apoio de viaturas da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana depois que foram atingidos por pedras na última sexta-feira (19).
Um dos ônibus chegou a ser invadido por um suspeito de faca, ameaçando o motorista, que o havia advertido a não “pegar rabeira”, prática perigosa e proibida.
“Infelizmente os motoristas estão com medo dessa situação. É uma prática antiga, mas se não tiver conscientização desses jovens, de parar com isso, de que isso está prejudicando a população, prejudicando um ente querido deles, que está dentro do ônibus, não vai parar”, lamenta.
Em nota, a Empresa de Mobilidade Urbana de Ribeirão Preto (RP Mobi) lamentou o caso e orientou moradores e motoristas a fazerem denúncias pelo 190, da PM, ou pelo 153, da GCM.
Motoristas de ônibus param de circular e deixam bairro escoltados após ataques e ameaças em Ribeirão Preto
Reprodução/EPTV
Agressividade e falta de consciência
Leão afirma que as ameaças da última semana fazem parte de um contexto diário de insegurança, sobretudo associado a situações em que os motoristas tentam advertir adolescentes de bicicleta que pegam carona na traseira dos ônibus e reagem com agressividade.
“O motorista vai lá, pede com educação pra não pegar rabeira, porque pegar rabeira é perigoso, gera risco de morte e eles não entendem, a geração infelizmente de hoje não respeita ninguém”, diz.
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Segundo o secretário geral do sindicato, cabe às autoridades direcionar melhor as ações para as áreas conhecidas da cidade onde a prática da “rabeira” é mais comum.
“Sei que a Guarda Municipal não vai colocar 300 viaturas atrás dos ônibus, mas sim sabe quais os bairros específicos, faz operação e pune quem tem que punir, que são os jovens que estão pegando rabeira.”
Sem esforços contra isso, quem sai prejudicado são os próprios moradores, que em algum momento devem acabar arcando com os danos nos veículos, como das lanternas que são quebradas, enfatiza.
“Vai chegar a um ponto que, se ninguém tomar providência, vai prejudicar a população. Como quem sempre paga é a população, não vai sair de graça, vai chegar na tarifa, quem vai pagar é a população”, diz.
Jardim Cristo Redentor
Entregue no final de 2018 e com capacidade para cerca de 40 mil habitantes, o Jardim Cristo Redentor é frequentemente alvo de reclamações por causa da insegurança.
Invasões a casas, rachas no meio das ruas, aglomerações e uso de drogas e de linhas com cerol também já foram apontados por moradores e visitantes.
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