‘Maceió afunda em lágrimas’: intervenção artística faz homenagem a vítimas da mineração

Extração de sal-gema realizada pela Braskem causou afundamento de solo na capital, provocando a desocupação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros. 60 mil pessoas foram afetadas. Imagens de drone mostram frase ‘Maceió afunda em lágrimas’ em área atingida por mineração
A frase “Maceió afunda em lágrimas” foi pintada neste domingo (28) em uma rua no Bebedouro, um dos bairros de Maceió afetados pela extração de sal-gema realizada durante décadas pela Braskem. A intervenção artística é uma homenagem às 60 mil pessoas afetadas pela mineração.
O problema do afundamento do solo na capital alagoana começou em 2018 e, à medida que foi se agravando, provocou a desocupação de mais de 14 mil imóveis no Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto, Farol e Mutange.
As letras brancas foram pintadas na Ladeira do Calmon, uma das principais vias de acesso aos bairros afetados pelo afundamento do solo. Como as pessoas foram obrigadas a deixar suas casas e seus negócios, o cenário é de “bairros fantasmas”.
O cantor e compositor ManuDí participou do ato com os amigos, o arquiteto Rafa Santos e a artista visual Yara Pão. Ele disse que a intervenção foi uma forma dos artistas alagoanos prestarem solidariedade às vítimas da mineração.
“O ato de hoje foi também para clamar aos órgãos competentes desse estado que o povo pede socorro e clama por Justiça. Estamos mostrado que a classe artista está unida e não vai deixar que as vítimas desse descaso fiquem sem uma resposta plausível. Vamos cobrar através da arte, nem que juntos busquemos cortes internacionais para ajudar nossos conterrâneos!, afirmou.
Além da pintura da frase no chão, também foi gravado o clipe da música Só não pode perder a fé, composta por ManuDí, Roberto Lopes, Alamir Quintal e Tayde. As imagens foram feitas com drone.
Pensei em uma música para representar o momento daquele povo tendo em vista um sofrimento absurdo. Já tinha em uma outra oportunidade feito um clipe com a música Bairro do Pinheiro, de minha autoria, onde a música virou hino do bairro e em todas as manifestações dos que os moradores fazem a música sempre está presente”, disse ManuDí.
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