
A semana começou tensa nos mercados globais, e o Brasil não ficou de fora desse vendaval financeiro. Nesta segunda-feira (7), o Ibovespa registrou forte queda de 1,38%, encerrando o pregão aos 125.503 pontos, puxado principalmente pelas perdas de gigantes como Vale e Petrobras. Já o dólar comercial disparou 1,24%, fechando em R$ 5,9107, impulsionado pela aversão global ao risco.
Segundo Felipe Sant’Anna, especialista da Stardesk, “hoje é mercado de apagar incêndio. O mercado está caindo para todo lado, então, não tem jeito. É vermelho.” A declaração do analista durante o programa Flash News da BMC News reflete com precisão o sentimento que tomou conta das mesas de operação nesta segunda-feira.
Tensões EUA x China acendem alerta global
O gatilho principal para essa nova rodada de aversão ao risco veio da escalada na guerra comercial entre Estados Unidos e China. Após Washington impor tarifas agressivas contra Pequim, a resposta chinesa veio na mesma moeda: um aumento de 34% nas tarifas sobre produtos norte-americanos.
Felipe Sant’Anna explicou a situação com clareza:
“O mercado avaliou muito mal essas tarifas de Trump. O que me parece é que o mercado esperava que Trump ancorasse a negociação em um patamar elevado para depois ceder, mas a China e outros países gritaram ‘truco’.”
Além disso, rumores de que os EUA poderiam suspender temporariamente as tarifas por 90 dias chegaram a animar momentaneamente os mercados. Porém, como contou Felipe, a euforia durou pouco:
“O mercado entrou numa euforia muito grande momentânea. Em seguida, a Casa Branca disse que aquilo não passava de uma notícia falsa, e o mercado devolveu tudo.”
Commodities em queda livre
As commodities também refletiram o clima de pessimismo global. O petróleo Brent recuou mais de 2%, cotado a US$ 64,21, enquanto o minério de ferro caiu mais de 3% na bolsa de Dalian, na China.
Sant’Anna alertou para o movimento de fuga dos investidores:
“Os investidores estão desarmando posições, especialmente as alavancadas. Estão vendendo ativos de risco, como criptomoedas e ações de tecnologia, e buscando proteção em moedas fortes, metais e renda fixa.”
Bolsas globais derretem
O índice Hang Seng, de Hong Kong, sofreu a pior queda desde 1997, despencando impressionantes 13%. Na Europa, o STOXX 600 também registrou forte baixa de 4,2%, enquanto os futuros de Wall Street apontaram quedas superiores a 4%.
“Estamos vivenciando uma volatilidade que não víamos desde a pandemia. Qualquer manchete movimenta trilhões de dólares”, destacou Felipe Sant’Anna.
Hora de comprar ou esperar?
Para quem está de fora do mercado e se pergunta se o momento de queda é uma oportunidade para entrar, Felipe foi categórico: depende do perfil.
“Se você é aquele investidor que não consegue dormir com a oscilação das ações, fique de fora. Nada caiu tanto que não possa cair mais”, aconselha o especialista.
“Agora, quem tem perfil mais arrojado, pode começar devagar, com parcimônia, olhando para empresas com bons fundamentos.”
Sant’Anna ainda reforçou a importância de acompanhar os próximos eventos da semana:
“Fiquem ligados na quinta e na sexta-feira. Teremos dados de inflação nos Estados Unidos e o IPCA aqui no Brasil. Isso vai definir muito os rumos do mercado.”
Conclusão
O mercado financeiro entrou em modo “survival” nesta segunda-feira, impactado por tensões geopolíticas, rumores desencontrados e uma busca desesperada dos investidores por proteção. Em momentos como este, a cautela é essencial, e o acompanhamento atento dos próximos desdobramentos será crucial para entender os movimentos de curto prazo.
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