
Desde o final de 2023, a Starlink, empresa de internet por satélite do bilionário Elon Musk, tem buscado expandir sua constelação de satélites no Brasil. A companhia já conta com 4,4 mil satélites em operação e pretende adicionar mais 7.500 satélites das bandas Ka, Ku e E. Essa expansão visa fortalecer sua posição como líder no mercado brasileiro de internet por satélite, onde atualmente detém 60% de participação, atendendo a 335 mil clientes.
O pedido de ampliação da constelação de satélites está sob análise da Anatel desde 2024, quando a agência solicitou informações adicionais à Starlink. A proposta tem gerado debates entre concorrentes e reguladores, especialmente sobre a necessidade de uma nova licença para operar os novos satélites, que utilizam frequências diferentes e são considerados de nova geração.
Por que a Starlink busca aumentar sua presença no Brasil?
A Starlink tem como objetivo expandir a prestação de serviços de internet por satélite no Brasil, um mercado em crescimento e com grande potencial. A empresa busca aumentar sua cobertura e capacidade de atender a uma demanda crescente por internet de alta velocidade em áreas remotas e de difícil acesso, onde a infraestrutura terrestre é limitada ou inexistente.
Com a adição de novos satélites, a Starlink pretende melhorar a qualidade do serviço oferecido, reduzindo a latência e aumentando a velocidade de conexão. Isso é possível graças à tecnologia de satélites em órbita baixa, que operam a uma distância média de 550 km da superfície da Terra, proporcionando uma conexão mais rápida e estável em comparação com satélites geoestacionários.
Quais são as preocupações dos concorrentes e reguladores?
O pedido da Starlink para aumentar sua constelação de satélites gerou preocupações entre concorrentes e reguladores. O Sindisat, sindicato das empresas de telecomunicações por satélite, argumenta que os novos satélites podem prejudicar as provedoras de internet via satélite geoestacionário, que operam em frequências diferentes e têm características distintas.
Além disso, conselheiros da Anatel expressaram preocupações sobre a operação da Starlink sem integração com as redes nacionais. Isso poderia permitir que a empresa roteasse o tráfego de internet brasileiro sem passar pelo Brasil, levantando questões de soberania nacional e fiscalização. A falta de integração com as redes locais também poderia dificultar a supervisão e regulamentação do serviço pela Anatel.
O que torna a Starlink diferente?

A Starlink se destaca por oferecer internet banda larga a partir de uma rede de satélites em órbita baixa, uma tecnologia inovadora que permite uma conexão mais rápida e estável. Essa abordagem contrasta com os satélites geoestacionários tradicionais, que operam a uma distância muito maior da Terra, resultando em maior latência e menor qualidade de conexão.
Os satélites da Starlink são projetados para cobrir grandes áreas com uma infraestrutura mínima em solo, tornando-os ideais para regiões remotas e de difícil acesso. A empresa tem investido significativamente em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar sua tecnologia e expandir sua rede globalmente, com o objetivo de fornecer internet de alta velocidade a um número cada vez maior de usuários.
Qual é o futuro da internet por satélite no Brasil?
O futuro da internet por satélite no Brasil parece promissor, com a crescente demanda por conectividade em áreas remotas e o avanço das tecnologias de satélites em órbita baixa. A expansão da Starlink e de outras empresas no setor pode trazer benefícios significativos para o país, aumentando a inclusão digital e melhorando a qualidade de vida em regiões isoladas.
No entanto, a expansão também traz desafios regulatórios e de concorrência que precisam ser cuidadosamente geridos para garantir um mercado justo e equilibrado. A Anatel e outras autoridades terão um papel crucial em assegurar que a expansão da internet por satélite no Brasil ocorra de maneira que beneficie todos os envolvidos, desde os consumidores até as empresas de telecomunicações.
O post Anatel segura expansão da Starlink! Decisão adiada por 120 dias apareceu primeiro em BM&C NEWS.