Companhias aéreas enfrentam crise global de suprimentos para indústria da aviação


Falta de peças atinge empresas do mundo todo e, segundo especialistas, vem se agravando. Falta de peças em aeronaves
TV Globo
Companhias aéreas em todo o mundo vêm enfrentando falta de peças para manutenção. O desabastecimento é um desafio para o crescimento do setor.
Há menos aviões no céu, porque aqui embaixo as companhias aéreas enfrentam o que descrevem como uma crise global da cadeia de suprimentos para a indústria da aviação.
A falta de peças e componentes atinge empresas do mundo todo e, segundo empresas e especialistas do setor, é algo que vem se agravando.
“Esse é um problema que já vem se arrastando desde da época da pandemia, que houve uma redução muito grande na capacidade produtiva do mundo todo. Se tornou um pouco mais crítico com essas crises geopolíticas que estão havendo no leste europeu e agora Oriente Médio, com várias consequências econômicas em diversos países produtores desse tipo de equipamento”, afirma Antônio Campos, diretor vice-presidente da Associação Brasileira de Manutenção Aeronáutica (MANTAER).
O alerta sobre esse gargalo para o setor foi da IATA, e veio em dezembro do ano passado.
Em comunicado, a Associação Internacional de Transporte Aéreo informou que a falta de peças impacta a manutenção de alguns tipos de aeronaves e motores, e limita a capacidade de expansão e renovação da frota.
O impacto da falta de peças e componentes é descrito como um desafio por todas, mas varia de empresa para empresa dependendo de fornecedores, estoques e capacidade das oficinas de manutenção.
A Gol informa que, além dessa oferta de voos, de 15% a 20% menor em 2023, cerca de 120 viagens a menos por dia, recebeu apenas um terço das novas aeronaves que consumiriam menos combustível, e que os custos de manutenção cresceram 35% acima do período pré-pandemia.
A Azul informa que tem atuado intensivamente junto a fabricantes e fornecedores para minimizar os impactos em suas operações.
A Latam também afirma que tem feito uma gestão minuciosa do estoque de peças para reduzir os impactos.
O trabalho para o reparo de peças sob rigorosa fiscalização das normas de segurança é intenso, mas oficinas como a de São José dos Campos, no interior de São Paulo, enfrentam ainda um outro problema: a falta de mecânicos. Muitos foram demitidos ou se aposentaram durante a pandemia e o treinamento para área é demorado.
“A gente tem que se preparar para treinar nossa própria mão de obra. Existem algumas empresas na Europa, grandes empresas, que já desenvolveram as próprias escolas”, diz Ricardo Vituzzo, gerente de vendas de manutenção aeronáutica da Digex.
“Para ter a formação básica, você está falando de 5 a 6 anos. Então, a gente vê que é um programa de longo prazo e que se a gente não começar vai ficar cada vez pior”, completa Cel. Eng. RR Antônio Campos, diretor Vice-Presidente da Associação Brasileira de Manutenção Aeronáutica.
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