Jovem de 24 anos relata ter sido preso por engano ao ser confundido com homem de 42 anos em Teresina


Conforme decisão de soltura, Allan Santos da Silva, de 24 anos, foi preso no lugar de um homem de mesmo nome, de 42 anos, cujo nome da genitora também é igual ao de sua mãe. Contudo, fisionomia, filiação paterna e números de documentos constavam no mandado de prisão e são bastante diferentes. Jovem relata ter sido preso por engano ao ser confundido com homem de 42 anos em Teresina
Allan Santos da Silva, 24 anos, está denunciando por meio das redes sociais ter sido vítima de uma prisão injusta, ao ser confundido com um homem de mesmo nome, mas 18 anos mais velho. Ele disse que chegou a ser encaminhado a uma unidade prisional, teve o cabelo raspado e ficou três dias preso. O g1 procurou a Secretaria de Segurança e a Secretaria de Justiça do estado, que ainda não se pronunciaram a respeito.
Segundo Allan, cerca de 10 viaturas foram até o local onde ele estava com amigos no último sábado (20), uma residência na Zona Rural da capital. Todas as mulheres foram retiradas do imóvel e os homens tiveram seus nomes e fichas criminais verificados. Quando buscaram pelo nome dele, encontraram um mandado em aberto. Contudo, o mandado não era para ele. Ainda não se sabe de qual crime tratava o mandado.
Conforme decisão que determinou a soltura, Allan foi preso no lugar de um homem de mesmo nome, de 42 anos, cujo nome da genitora também é igual ao de sua mãe. Contudo, fisionomia, filiação paterna e números de documentos constavam no mandado de prisão e são bastante diferentes dos dele.
“É patente o engano, uma vez que flagrantemente se tratam de homônimos [pessoas com o mesmo nome e sobrenome], caso em que o cumprimento do mandado nem sequer deveria ter sido homologado. […] Resta evidente discrepância entre os indivíduos”, avaliou o juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, em decisão de 24 de janeiro.
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Jovem relata ter sido preso por engano ao ser confundido com homem de 42 anos em Teresina
Arquivo pessoal
“Um inferno, uma data que nunca vou esquecer. Eu lutarei até a minhas últimas forças para processar o estado porque é isso que merece por todo sofrimento, toda coisa que passei. Chorei [na] cela. Cheiro de bosta (sic), senti cheiro de m***, pedi ajuda, mas não me ajudaram. Farei de tudo para processar o estado. Farei de tudo para ganhar e que eles aprendam a lição, que nunca julgue um livro pela capa e agradeço a Deus por ter me tirado daquele lugar”, disse Allan.
Segundo o rapaz, além de ter sido preso mesmo sendo inocente, ainda sofreu humilhações e foi impedido de entrar em contato com seus familiares. Ele chegou a ser encaminhado a uma unidade prisional, a Penitenciária José de Ribamar Leite – antiga Casa de Custódia de Teresina – e teve seu cabelo totalmente raspado.
“[…] que eles possam ver como o estado trata quem é inocente, quem não deve nada na Justiça. Olha o meu jeito agora, como é que é ter o cabelo cortado. Hoje eu não sou mais a mesma pessoa. Hoje eu fico muito triste, cabeça baixa, não consigo trabalhar com medo de ser preso novamente. Tá sendo muito difícil na minha vida”, lamentou ele.
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