Piauí é o estado do Nordeste que mais resgata trabalhadores em situação análoga à escravidão


Em 2023, foram realizados 159 resgates, apresentando uma redução de 8,8% em relação ao ano anterior, quando 180 trabalhadores piauienses foram encontrados em condições degradantes. Treze trabalhadores em situação análoga a de escravo são resgatados em Gilbués
Divulgação/MPT-PI
O Piauí lidera, pelo segundo ano consecutivo, o resgate de trabalhadores em situação análoga à escravidão no Nordeste, ocupando o quinto lugar no Brasil, de acordo com dados do Ministério Público do Trabalho (MPT). Em 2023, foram 159 resgates, apresentando uma redução de 8,8% em relação ao ano anterior, quando 180 trabalhadores piauienses foram encontrados em condições degradantes.
Esses números foram divulgados às vésperas do Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, no domingo, 28 de janeiro. Na ponta da tabela, considerando todo o Brasil, estão Goiás (739), Minas Gerais (651), São Paulo (392) e Rio Grande do Sul (334).
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Os trabalhadores foram encontrados em condições degradantes pelas equipes do Grupo Móvel de Fiscalização, que reúne o MPT, Ministério do Trabalho e Emprego e instituições como a Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal.
Outro dado apontado no levantamento é que a maioria dos trabalhadores resgatados estavam na cadeia produtiva da carnaúba. Dos 159 resgatados em 2023, 86 foram flagrados na atividade, representando 54% do total e mais do que triplicando o número contabilizado em 2022, de 25 trabalhadores.
“Havíamos feito um trabalho de sensibilização com toda a cadeia produtiva e obtido resultados positivos, reduzindo os índices de trabalho escravo nessa cadeia, uma das principais atividades econômicas do Piauí. Porém, voltamos a retroceder, mas nos manteremos atentos e vigilantes para descontaminar essa cadeia que é muito importante para todo o Piauí”, disse o Procurador do Trabalho Edno Moura, responsável pela Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete).
Piauí é o primeiro do Nordeste que mais resgata trabalhadores em situação análoga à de escravidão
Reprodução/MPT
Além da carnaúba, o Grupo Móvel registrou resgates em outras atividades, como extração de pedras, com 39 trabalhadores (24,5%), catação de raízes, com 19 trabalhadores (11,25%), pecuária, com 5 trabalhadores (3,15%), produção de concreto, com 8 trabalhadores (5%).
Pela primeira vez, o estado também registrou resgate de trabalhadores domésticos, onde duas mulheres foram resgatadas em situação análoga à de escravidão em Teresina, representando 1,15% do total de resgatados.
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Municípios
Em relação aos municípios, Nazária, Batalha, Cajueiro da Praia e Castelo do Piauí foram os mais afetados na atividade da carnaúba. Em pedreiras, Piripiri, Elizeu Martins, Regeneração, Elesbão Veloso, Jerumenha e Rio Grande do Piauí contabilizaram 39 trabalhadores resgatados.
O Procurador Edno Moura enfatiza ainda que o trabalho escravo é uma realidade no Brasil, com 3.191 trabalhadores resgatados em 2023. O Piauí, além de liderar internamente, também enfrenta indicadores negativos fora do estado, com mais de 230 trabalhadores piauienses resgatados em outros estados, em atividades como corte de cana e extração de pedras.
Como denunciar
Denúncias envolvendo trabalho escravo podem ser feitas através do site do MPT-PI no www.prt22.mp.mp.br, ir na aba serviços/requerimento/denúncia, através do email [email protected] ou ainda por meio do AhatsApp (86) 99544 7488. As denúncias podem ser feitas de maneira anônima.
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