Vice-prefeito preso na BA pedia para empresários pagarem suas dívidas

Preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira (23/12), o vice-prefeito de Lauro de Freitas (BA), na região metropolitana de Salvador, pedia para empresários investigados na Operação Overclean pagarem suas dívidas, segundo a PF.

Vidigal Cafezeiro (Republicanos) já tinha sido alvo de mandado de busca e apreensão em 10 de dezembro, dia em que os policiais federais prenderam o empresário Marcos Moura, conhecido como Rei do Lixo, um dos chefes do esquema.

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Comando VP190/ Divulgação

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Divulgação/ PF

Segundo relatório da PF ao qual a coluna teve acesso, Vidigal, que é médico, é o responsável pelo Fundo Municipal de Saúde de Lauro de Freitas. Esse fundo seria o responsável pelos pagamentos ao grupo criminoso por meio da empresa Pap Saúde Ambiental.

Ainda de acordo com o documento da Polícia Federal, o vice-prefeito enviou mensagens para o empresário Alex Parente, já preso pela PF na operação, pedindo que o aliado acertasse o pagamento do aluguel de um veículo HB20, no valor de R$ 2.185,42.

“Vidigal solicita a Alex que acerte o pagamento do aluguel do veículo HB20, cuja soma das duas faturas em aberto equivale a R$ 2.185,42, apesar da dívida ter sido supostamente contraída por Vidigal, sem justificativa aparente a não ser pelo fato de Alex ter contrato com a Prefeitura de Lauro de Freitas”, diz a PF no relatório.

A PF diz ainda que o vice-prefeito do município baiano pode ter recebido “propina por outros meios não identificados”. “Mas observamos a obtenção de vantagem com pagamentos por dívida contraída em nome próprio”, afirma a corporação.

Rompimento com o PT e parceria com União Brasil

Vidigal Cafazeiro é vice-prefeito pelo Republicanos na gestão da petista Moema Gramacho, atual prefeita de Lauro. O vice, no entanto, rompeu com a prefeita e, já nas eleições municipais de 2024, passou a apoiar Débora Regis, prefeita eleita pelo União Brasil.

Mais prisões

Além de Vidigal, um agente da Polícia Federal, o secretário de Mobilidade e ex-chefe de gabinete de Vitória da Conquista (BA), Lucas Dias, e o empresário Carlos André, operador do grupo, também foram detidos na manhã desta segunda pela PF.

Além das prisões preventivas, a PF cumpre 10 mandados de busca e apreensão, uma ordem de afastamento cautelar de um servidor público de suas funções, além de medidas de sequestro de cerca de R$ 4,7 milhões e apreensão de veículos de luxo.

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