Kylie Kaos: Drag cantora de Uberlândia conquista o público com sua voz e lota boates


Kristhyan Daniel Prado Benatt tem 20 anos e desde o fim de 2023 tenta viver da sua arte, que aprendeu e aperfeiçoou por conta própria. Kylie Kaos durante apresentação da música ‘Rise UP’
A cena drag de Uberlândia anda movimentada com o surgimento de inúmeros talentos. Um deles é Kylie Kaos, nome que Kristhyan Daniel Prado Benatt escolheu para a sua personagem, que tem uma voz de tirar o fôlego.
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Kylie Kaos durante performance
Reprodução/Arquivo Pessoal
Desde 2023, a drag tem conquistado as boates com suas apresentações no microfone. Isso porque Kylie deixa as performances de lado e prefere se dedicar ao canto, uma arte que, assim como as outras, aprendeu e aperfeiçoou por conta própria.
“Quando eu tinha 12 anos, comecei a ver RuPauls Drag Race e foi a partir daí que eu passei a me maquiar. Lembro de chegar da escola, pegar algumas maquiagens da minha mãe e da minha irmã e começar a treinar. Com o canto foi a mesma coisa, nunca fiz aulas, digo que a preguiça me trouxe onde eu estou hoje [ri]. Então, como eu não queria ir para uma escola de música, por exemplo, eu passei a treinar sozinho”, relembrou.
E foi assim que a Kylie surgiu no dia 16 de novembro, como uma mistura de tudo o que há de bom em Kristhyan.
“Angelina Aggelos, coloca esse nome aí! [ri] Foi em uma das watch partys que ela fazia em um bar do Santa Mônica em que eu me montei pela primeira vez. Lembro que um amigo tinha uma lace roxa e disse que me emprestava para eu ir no evento. Foi então que eu preparei uma roupa e fui, sem pensar muito”, contou Kylie.
Kylie Kaos durante apresentação da música ‘Born this Way’
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Inspiração
Kristhyan e a família
Reprodução/Arquivo Pessoal
Quando decidiu criar sua drag, Kristhyan tinha uma única certeza: que gostaria de ter um nome e um sobrenome em que a primeira letra fosse K.
“A intenção era homenagear as mulheres mais importantes da minha família. Todas têm nomes que começam com essa letra: minha mãe, irmã e minha tia. Mas de início, Kylie não foi minha primeira ideia, meu primeiro nome era em homenagem a uma bebida, que eu me recuso a falar sobre. Mas tudo bem, usei ele por apenas uma noite”, riu.
E continua.
“Agora vamos para a história que você vai poder contar. Na hora de escolher o nome, as primeiras inspirações que me vieram em mente foram as Kardashians, o Kylie veio daí. Para o sobrenome, comecei a pesquisar enquanto estava em frente a uma boate com meus amigos. Na hora, entre um gole e outro, acabei lendo errado um nome no Google, e é daí que veio o Kaos. O engraçado é que lembro de alguém ter dito ‘isso é muito caótico’, ao mesmo tempo em que li o nome. Gosto de acreditar que foi uma confirmação do universo”.
A confiança de uma drag queen
Kylie Kaos
Reprodução/Arquivo Pessoal
“Eu sei que pareço ser muito confiante, mas a verdade é que eu não sou nem um pouco”.
Kylie conta que a vontade de não fazer feio foi o que a fez ser uma drag cantora. A confiança em que ela tinha em sua voz era tanta que foi nela que ela encontrou a segurança necessária para se apresentar pela primeira vez em uma boate de Uberlândia. Daí em diante, essa se tornou sua marca principal.
“Foi justamente a Angelina que me chamou para performar pela primeira vez. Eu cantei porque eu fui naquilo que eu sabia fazer e tinha certeza de que não iria fazer feio. Sempre fui muito insegura e tinha medo de como as pessoas me viam ou o que elas iriam pensar de mim”.
E completa.
“Eu não queria ser morna. Essa pra mim é a pior ofensa que você pode fazer para alguém. A primeira música que cantei então foi ‘Feeling Good’, do Michael Bublé.”
Porém, durante a primeira apresentação de Kylie, nem tudo foi às mil maravilhas.
“Enquanto eu cantava, eu percebi que tinha um cara sentado na minha frente que não parava de mexer no celular. Isso me incomodou tanto que enquanto eu cantava eu caminhei até ele e bati na mesa com toda a força. Essa confiança vem quando estamos em drag. Em seguida eu disse ‘Eu não fiquei bonita para você não me ver’. Foi então que todo mundo que estava lá começou a gritar e aplaudir. Eu sinto que naquele momento eu consegui mostrar que eu não estava de brincadeira, ser drag é algo que eu realmente quero fazer”.
Kylie Kaos conquista o público com diferentes gêneros musicais
Futuro em Uberlândia
A realidade drag de Uberlândia não é fácil e para o futuro, Kylie Kaos quer continuar sua carreira como drag cantora, conquistar novos projetos e se firmar no mercado.
“Tudo que eu quero é receber o que é justo. Quero ir para um evento, cantar e receber por isso. Afinal, eu estou entretendo o público, não é qualquer um que faz isso. Porque se eu não conseguir o básico, como irei sonhar em alcançar voos ainda mais altos?”, desabafa.
E finaliza.
“Eu penso sim em entrar para programas como o Drag Race Brasil, mas como eu vou evoluir ao ponto de chamar atenção dos produtores? Eu preciso ter recursos para continuar evoluindo minha drag e mostrar que eu sou sim capaz. Hoje, eu me mantenho com aquilo que eu tenho, faço meus próprios vestidos, faço a minha maquiagem e uso minha voz para conquistar o público”.
Kylie Kaos
Reprodução/Arquivo Pessoal
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