Polícia investiga suposto caso de morte por negligência médica de criança de 3 anos em Araçariguama


Família registrou boletim de ocorrência declarando que a criança sofreu negligência, porém, a procuradoria do hospital registrou outra denúncia, alegando que os responsáveis de João Lucas Lima da Silva recusaram atendimento. Polícia investiga suposta negligência médica após morte de criança de três anos em Araçariguama (SP)
Arquivo pessoal
A Polícia Civil está investigando um suposto caso de negligência médica, após a morte de uma criança de três anos que foi atendida no Pronto Atendimento Municipal de Araçariguama (SP). O menino foi internado na segunda-feira (16) e morreu no dia seguinte, segundo a família, por pneumonia.
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A família acusa o hospital de ter entubado João Lucas de forma indevida e sem autorização, além de ter feito a transferência dele sem oxigênio suficiente para que ele chegasse com vida no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), onde ele foi transferido. O hospital nega a acusação e a procuradoria do Pronto Atendimento Municipal disse que abriu um boletim de ocorrência contra a família do menino por negligência. A polícia investiga as duas versões. Veja mais detalhes abaixo.
João Lucas Lima da Silva foi internado no PA com fraqueza e falta de ar. Ao g1, a família dele conta que inicialmente parecia ser apenas uma gripe forte e que os sintomas apareceram no domingo (15).
“Quando chegamos no PA, eles nos disseram que era pneumonia e ele (João) precisava de oxigênio. Mas eu conheço o atendimento lá, não queria que meu filho fosse tratado lá. Ele estava melhorzinho, conversando comigo, com a mãe dele, estava se alimentando e a gente não autorizou que ele fosse entubado”, declara o pai de João, José Lima.
“Eu acompanhei também, mas fui no banco da frente, quando chegamos lá e abriram a porta da ambulância, eu vi que ele (João) estava roxinho, eu sabia que meu filho estava morto”, lamenta José.
Depois de 30 minutos de espera, já em Sorocaba, os familiares receberam a notícia do falecimento de João Lucas. Ainda de acordo com José, o médico que deu a notícia informou que o hospital não estava sabendo da transferência de um paciente entubado, muito menos que era uma criança, pois teriam esperado do lado de fora para dar prioridade ao atendimento.
Em contato via telefone, a Secretaria de Saúde do Estado informou ao g1 que o CHS recebeu João em estado grave e que todos os procedimentos necessários foram realizados, mas que ele não resistiu.
João Lucas foi sepultado no início da tarde quarta-feira (18), no Cemitério Municipal de Araçariguama.
“Ele se despediu de mim, teve uma hora que ele me pediu colo e falou ‘eu tô bem, Deus cuida”, lamenta o pai do menino.
João Lucas morreu, segundo a família, após ser entubado no PA de Araçariguama (SP)
Arquivo pessoal
Pronto Atendimento Municipal
Na quarta-feira (18), o Instituto de Gestão Administração e Treinamento em Saúde (Igats) de Araçariguama, entidade gestora do PA, publicou uma nota declarando que a negligência diante da morte de João seria falsa. “Esclarecemos que todas as medidas administrativas e judiciais necessárias estão sendo tomadas para assegurar a veracidade dos fatos e a transparência das ações”.
Além disso, a procuradoria do Pronto Atendimento Municipal registrou um boletim de ocorrência contra os responsáveis de João, acusando a negligência por parte deles.
“Deu entrada no hospital a criança João Lucas Lima da Silva, com estado de saúde debilitado. Criança precisou de internação com indicação de intubação, havendo recusa dos pais, que evadiram do hospital”. diz o B.O.
Ainda conforme a denúncia, o conselho tutelar foi acionado e o registro da ocorrência foi feito para resguardar o hospital.
Entidade responsável pelo Pronto Atendimento de Araçariguama (SP) publicou nota a respeito da morte de João Lucas
Reprodução
Em nota, a prefeitura de Araçariguama informou que por conta do Código de Ética Médica e à legislação vigente não divulga informações sobre casos clínicos individuais. “Entendemos a importância da transparência e da comunicação com a população. No entanto, a preservação do sigilo médico é fundamental para o exercício pleno da medicina”, explicou.
“Reiteramos nosso compromisso com a verdade e com a busca contínua pela excelência no atendimento à população. Asseguramos que os fatos serão esclarecidos pelas investigações, e todas as condutas médicas adotadas na unidade são pautadas nos princípios éticos e técnicos da medicina.”
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