Grupo de alemães é investigado por aliciar meninas na Cidade de Deus para exploração sexual


Segundo a Civil, associação criminosa praticava exploração sexual infantil, produção de conteúdo de abuso sexual e estupro de vulnerável. Frank Altmann, de 60 anos, é acusado de aliciar pelo menos 20 meninas, com idades entre 12 e 15 anos. Estrangeiro é preso por suspeita de aliciar menores
Reprodução/TV Globo
Um grupo de três alemães foram identificados pela Polícia Civil do Rio como autores de crimes de exploração sexual infantil, produção de conteúdo de abuso sexual e estupro de vulnerável na Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio.
Um fotógrafo foi detido nesta terça (17), em uma ação conjunta da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) com a Agência Federal de Investigação Alemã em Berlim, Alemanha. Outro europeu já tinha sido preso no Rio em fevereiro.
Segundo a Polícia Civil do Rio, o alemão detido em Berlim, Frank Altmann, de 60 anos, aliciou pelo menos 20 meninas, com idades entre 12 e 15 anos, da Cidade de Deus, Zona Oeste do Rio.
Ele foi preso enquanto voltava de uma viagem à Suíça e era investigado desde janeiro, junto com outros dois compatriotas. Na tarde desta terça (17), a justiça alemã soltou o fotógrafo na audiência de custódia.
A corte do país europeu entendeu que “as supostas vítimas já tinham 14 anos, e, portanto, eram legalmente jovens e não mais crianças”. E segundo o porta-voz, “devido à menor expectativa de punição, não há mais risco de fuga”.
Segundo as investigações, Frank Altmann era frequentador de altas rodas sociais, profissional bem-sucedido e responsável pelo registro de grandes eventos, artistas e modelos internacionais.
Como começou a investigação
Por meio de uma denúncia anônima recebida em fevereiro, a Polícia Civil havia prendido em flagrante o segundo dos três envolvidos: o jornalista alemão Rainer Adolph, de 71 anos, em Curicica, Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Rainer Adolph está preso em Bangu, também Zona Oeste.
“Esse alemão Rainer fazia base na Cidade de Deus e trazia outros alemães e promovia festas dentro da comunidade para a prática de atividade sexual com menores. Eles não só cooptavam menores adolescentes para a prática de programa, atos sexuais dentro da Cidade de Deus, como produziam conteúdo de forma clandestina. Eles filmavam toda prática sexual de forma que as meninas não viam, não sabiam que estavam sendo filmadas, e eles vendiam esses conteúdos pra Europa”, explicou a delegada Isabelle Conti.
O terceiro alemão investigado no caso não chegou a ser preso. Jan Juri Reetz foi morto a facadas na Alemanha e o caso aconteceu em agosto deste ano. A namorada o esfaqueou após encontrar vídeos dele com a filha dela.
“O Brasil era escolhido como país destino por conta do baixo custo que isso representava para os estrangeiros. Não só baixo custo do programa realizado pelo pagamento, mas também pela desvalorização da moeda. Havia essa facilidade, era mais barata custear essa prática de forma reiterada vindo para o Brasil”, conta a delegada.
A Polícia do Rio afirma que no Brasil, a partir de 2022, o fotógrafo alemão se envolveu em pelo menos um estupro de vulnerável com uma menina de 13 anos e, junto com os outros dois acusados, também é investigado por favorecimento à prostituição, comercialização de conteúdo de abusos e associação criminosa.
“Conseguimos perceber que esses alemães tinham predileção por adolescentes. Identificamos adolescentes desde 12 anos, com diversas idades, 13, 14 e 15 anos. Eram sempre adolescentes” disse Isabelle Conti.
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