Aniversário de SP: Instituto Ilhas Férteis ensina sustentabilidade dentro da cidade


Criado por Vinícius Rocha, projeto tem como objetivo apresentar soluções ecológicas para sociedade, se conectando ao ODS 11. Instituto Ilhas Férteis ensina sobre sustentabilidade dentro da cidade
Reprodução/TV Globo
Ilhas de sustentabilidade no meio da cidade. Esta é a ideia básica do Instituto Ilhas Férteis, organização sem fins lucrativos fundada pelo publicitário Vinícius Rocha, com o objetivo de promover o desenvolvimento de cidades e formar cidadãos mais atentos às questões da natureza e do reaproveitamento.
Em um terreno localizado na Zona Oeste da capital paulista, Rocha criou uma dessas ilhas, chamada de “Fazenda Urbana Butantã”. No local há a criação de uma horta orgânica, além de outras soluções sustentáveis como o reaproveitamento da água, um banheiro seco e compostagem. Além de ter uma relação positiva com os vizinhos, ele organiza visitas de escolas e outras comunidades interessadas em fazer um circuito eco pedagógico pelo espaço, onde explica conceitos de sustentabilidade.
Rocha criou sete selos, que chama de Selos de Regeneração, cada um representando uma das soluções ou conceitos empregados por ele. “Nesse circuito as pessoas vão conhecendo justamente as práticas de cada selo que a gente vai implantando. Então passa pela compostagem, passa pelo banheiro seco, passa pelo manejo agroecológico que é o plantio regenerativo de alimentos, passa pela captação de água.”
Os vizinhos da horta se sentem felizes com o respiro que uma ilha fértil dessa traz para o bairro. “Aqui era um terreno baldio. Vinícius chegou há dois anos. A gente não sabia o que era e depois soubemos que era uma área de ensino.Tem um lado ecológico muito bacana, eu achei ótimo, e os vizinhos, acredito que todos também. Além de que, temos muitas verduras fresquinhas e sem agrotóxicos”, conta Rita Lobo de Souza que vive na região há quase 50 anos.
Rocha explica que a ilha traz soluções e tecnologias simples, regenerativas e de baixo custo para as necessidades essenciais do ser humano. A professora da rede pública Cecília Elizabeth Kelm, foi uma das que levou os alunos para uma vivência prática.
“Trouxe os alunos para uma aula diferente, para que eles aprendessem todo o ciclo de sustentabilidade. Uma coisa é você falar dentro de sala de aula, uma coisa é você ter vivência. Aqui eles conversaram, tiraram dúvidas, pegaram ideias para aplicar na nossa horta sustentável. Estão saindo daqui com outras ideias para melhorar o espaço deles.”
Durante o passeio Rocha mostrou flores comestíveis, frutas e verduras sem agrotóxicos, explicando sobre o manejo de plantas e as soluções aplicadas no espaço.
“A natureza provém muita coisa pra gente. Muita gente fala que precisa se conectar com a natureza e vai fazer uma trilha, mas a melhor forma de se conectar com a natureza todos os dias, pelo menos 3 vezes ao dia, é através da alimentação, porque não tem conexão mais direta do que essa, é a natureza indo pra dentro da gente.”
Uma das alunas que participou do passeio aprovou a experiência. “Gostei do fato de ser tudo reutilizável, usar da terra do natural, fazer a regeneração.”
Para Rocha, analisar os ciclos da natureza pode trazer vários ensinamentos para nossa sociedade, também dentro das cidades. Ele repassa isso aos alunos. “Quando vocês verem muito conflito de diferença e preconceitos, lembrem-se de como as plantas se organizam. Aqui [na horta] é uma organização rasa ainda, entra na floresta, aí você vai ver que o que a gente chama de caos é uma baita harmonia. Todo mundo junto no mesmo lugar. Isso deveria ser um exemplo para a diversidade que nós somos como sociedade.”
Instituto Ilhas Férteis ensina sobre sustentabilidade dentro da cidade
Reprodução/TV Globo
Por dentro dos ODS
Para as celebrações dos 470 anos da capital paulista, o Bom dia São Paulo, o SP1, SP2 e o g1 exibem nesta semana uma série de reportagens sobre paulistanos que estão fazendo a diferença em cada uma das áreas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, ajudando a tornar a cidade um lugar melhor e mais justo para todos.
Nesta reportagem, tratamos do ODS 11, que fala sobre a necessidade de tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.
Confira em detalhes o que ele estabelece:
11.1 Até 2030, garantir o acesso de todos à habitação segura, adequada e a preço acessível, e aos serviços básicos e urbanizar as favelas;
11.2 Até 2030, proporcionar o acesso a sistemas de transporte seguros, acessíveis, sustentáveis e a preço acessível para todos, melhorando a segurança rodoviária por meio da expansão dos transportes públicos, com especial atenção para as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade, mulheres, crianças, pessoas com deficiência e idosos;
11.3 Até 2030, aumentar a urbanização inclusiva e sustentável, e as capacidades para o planejamento e gestão de assentamentos humanos participativos, integrados e sustentáveis, em todos os países;
11.4 Fortalecer esforços para proteger e salvaguardar o patrimônio cultural e natural do mundo;
11.5 Até 2030, reduzir significativamente o número de mortes e o número de pessoas afetadas por catástrofes e substancialmente diminuir as perdas econômicas diretas causadas por elas em relação ao produto interno bruto global, incluindo os desastres relacionados à água, com o foco em proteger os pobres e as pessoas em situação de vulnerabilidade;
11.6 Até 2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros;
11.7 Até 2030, proporcionar o acesso universal a espaços públicos seguros, inclusivos, acessíveis e verdes, particularmente para as mulheres e crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência;
11.a Apoiar relações econômicas, sociais e ambientais positivas entre áreas urbanas, periurbanas e rurais, reforçando o planejamento nacional e regional de desenvolvimento;
11.b Até 2020, aumentar substancialmente o número de cidades e assentamentos humanos adotando e implementando políticas e planos integrados para a inclusão, a eficiência dos recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, a resiliência a desastres; e desenvolver e implementar, de acordo com o Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres 2015-2030, o gerenciamento holístico do risco de desastres em todos os níveis;
11.c Apoiar os países menos desenvolvidos, inclusive por meio de assistência técnica e financeira, para construções sustentáveis e resilientes, utilizando materiais locais.
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