Guia de Raças: descendente do Siamês, conheça o gato Tonquinês

Gato da raça Tonquinês tem uma pelagem semelhante à do SiamêsMaude Frédérique Lavoie/Unsplash

Uma gata marrom chamada Wong Mau nascida de uma ninhada da raça Burmês foi trazida da Birmânia (atual Myanmar) para a América do Norte, mais precisamente para São Francisco, nos Estados Unidos, em 1930. O responsável pelo transporte foi um homem chamado Joseph Thompson.

Tempos mais tarde, descobriu-se que Wong Mau era uma Tonquinês, uma raça retratada no livro “The Cat-Book Poems of Siam”, escrito durante o Período Ayudha, que ocorreu entre os anos de 1358 e 1767, e importada para a Inglaterra no início dos anos 1800, sendo denominada como “Siamês Chocolate”.

Já na década de 1960, uma mulher chamada Jane Barletta decidiu que queria um gato que se encaixasse nos padrões da raça Tonquinês. Na mesma época, no Canadá, Margaret Conroy também cruzou gatos das raças Burmês e Siamês. A partir de então, as duas trabalharam em conjunto para recriar os padrões da raça Tonquinês.

Os primeiros felinos da raça foram chamados de “Siameses Dourados”, até finalmente receberem o nome definitivo —  o nome Tonakanese foi dado em 1967, e alterado para Tonkinese (ou Tonquinês) em 1971.

A raça Toquinês foi reconhecida pela Canadian Cat Association em 1971 e em 1984 recebeu o registro pela Cat Fanciers Association. Já a Tica (The International Cat Association) concedeu o registro em 1979.

O Tonquinês é um gato de porte médio e corpo musculoso, seu peso pode variar de 4 kg até 6 kg, o que é surpreendentemente alto, considerando o seu tamanho, que varia de 20 cm a 25 cm. Seu corpo é coberto por uma pelagem curta, macia e sedosa.

Os olhos azuis cintilantes têm a parte superior em formato de amêndoa e a interior arredondada. Sua cabeça é cuneiforme com um focinho rombo. Pode ser encontrado em cores azul, castanho, chocolate, vermelho, creme, tortie e lilás, em padrões sólidos e pointed.

As orelhas são de tamanho médio e são levemente inclinadas para a frente, o que dá ainda mais destaque ao estado de alerta desse felino.

Características físicas

  • Corpo flexível, magro e musculoso;
  • Cabeça triangular;
  • Focinho quadrado, com nariz comprido;
  • Olhos amendoados azuis ou verde-azulados;
  • Orelhas grandes e arredondadas nas pontas;
  • Pernas longas e finas;
  • Patas pequenas e ovais;
  • Cauda longa.

Personalidade

Gato da raça Tonquinês, também chamado de TonkineseReprodução/ChangPet – Global Pet Lover Community

Os gatos dessa raça gostam da companha de pessoas e amam ser o centro das atenções. A raça convive bem com outros gatos — e o mais indicado é que se tenha ao menos mais um gato na casa, para que tenham a companhia um do outro. Esses felinos também convivem muito bem com crianças e, devidamente socializados, podem conviver perfeitamente com cães.

Como todo animal de estimação, a raça precisa de muito amor e atenção para que seja plenamente feliz. Ao contrário do que muitos pensam, os gatos não são animais tão independentes, do tipo que preferem ficar sozinhos a maior parte do tempo.

Esses gatos são inteligentes, brincalhões e bastante carinhosos, estarão sempre próximos aos tutores supervisionando com curiosidade cada atividade. Eles são muito ativos, alertas e atléticos.

Em comparação aos gatos da raça Siamês, um Tonquinês não é tão vocal, mas irá se manifestar sempre que quiser atenção e irá “bater um papinho” com seu humano favorito.

Cuidados básicos

Use uma escova de borracha para pentear o Tonquinês. Escovação duas vezes na semana é suficiente para remover os pelos mortos e desfazer emaranhados, além de ajudar a manter o brilho.

É necessário dar banhos?

Os gatos são animais reconhecidos por cuidarem de sua própria higiene, fazendo a autolimpeza por meio da lambedura. A escovação ajuda a evitar a formação de bolas de pelo no organismo do animal.

Apesar de não ser tão necessário quanto nos cães, a médica veterinária da Petlove, Thaís Matos, reforça que os gatos também devem tomar banhos, eventualmente, pois a sujidade do ambiente adere na pele e nos pelos do pet, podendo gerar coceira e, consequentemente, levarem a problemas dermatológicos, assim como causar incômodo ao felino, que pode não conseguir se limpar sozinho.

“Para determinar a frequência e necessidade desse cuidado é recomendado buscar orientação de um médico veterinário, de preferência especialista em felinos ou dermatologista, pois cada raça tem suas particularidades quanto a essa questão”, acrescenta a veterinária.

Alimentação adequada 

É importante sempre oferecer uma alimentação de qualidade e balanceada, de acordo com o porte e a idade do pet. Uma alimentação saudável proporciona melhor qualidade de vida ao animal de estimação.

“É importante destacar que para algumas raças existem alimentos específicos e com finalidades diferentes, a oferta de alimentos que não são próprios para gatos e fase de vida do pet pode acarretar vários inconvenientes como doenças nutricionais ocasionadas por carência ou excesso de nutrientes; excesso de gordura e consequentemente o sobrepeso; excesso de sal que sobrecarrega a função rena;, excesso de carboidratos e de proteínas”, alerta Thaís.

Ela completa: “Para escolher a melhor ração deve-se levar o pet ao médico veterinário, onde passará por exames de rotina, exames físicos e anamnese, permitindo que o veterinário entenda se há alguma particularidade que deve ser levada em conta na alimentação e indicará a melhor forma de alimentação de acordo com as características do gato e de acordo com a rotina e preferência do tutor.”

Saúde

No geral, o Tonquinês é um gato bastante saudável, contudo, por ser uma mistura de raças, pode sofrer de problemas ligados às raças Burmês e Siamês, como:

  • Amiloidose, doença provocada pelo acúmulo da proteína amiloide em órgãos do corpo;
  • Asma e bronquite;
  • Doenças congênitas do coração;
  • Estrabismo;
  • Condições gastrointestinais;
  • Síndrome de hiperestesia;
  • Linfoma;
  • Nistagmo;
  • Atrofia progressiva da retina.

É importante manter o pet sempre com a vermífugos, antipulgas e a carteira de vacinação sempre atualizada, levando o pet para consultas de rotina com um médico veterinário entre uma e duas vezes ao ano.

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