Finneas explora sonoridades através de colaborações em nova fase musical

Finneas explora sonoridades através de colaborações em nova fase musicalAnny Caroline Guerrera

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inneas O’Connell encontrou novas sonoridades e nuances em sua própria música em um processo criativo que originou o disco For Crying Out Loud!, o segundo de estúdio do artista. Feito através de sessões colaborativas com produtores que são amigos pessoais do cantor, o álbum o fez descobrir nuances e possibilidades que ele não tinha explorado em projetos que fez completamente sozinho no passado.

Em entrevista exclusiva à CH, Finneas explicou que trabalhar com pessoas que confia e que o conhecem bem foi importante para ele entender outras oportunidades que poderiam acrescentar ao que ele já tinha pré-estabelecido em sua sonoridade. “Eu tenho um histórico de fazer álbuns em que eu toco tudo”, refletiu ele. “Eu já fiz a bateria, guitarra, baixo e todos os vocais. E eu acredito que ainda posso fazer isso, mas penso que ter meus amigos envolvidos [adiciona] o ‘tempero’ deles, com eles tocando os instrumentos, a Lucy apontando várias harmonias e coisas assim”, acrescentou.

Eu amo como soa por causa disso. Acho que quando eu escuto o disco, é como ouvir um ambiente de pessoas criando músicas juntas e eu gosto muito disso.

Finneas sobre processo criativo

O processo de criação durou cerca de duas semanas e funcionava com um grupo de pessoas em uma sala, apenas tocando e juntando ideias de letras que vinham à mente dependendo da atmosfera e do conceito-chave que estavam trabalhando em determinado dia. As centenas de possibilidades faziam com que Finneas precisasse decidir quais eram as mais interessantes para serem desenvolvidas de fato.

“Eu foco nas ideias pelas quais sou realmente apaixonado, sabe? Se tem uma ideia que eu penso que é boa, mas não fico obcecado por ela, eu meio que me desapego. Mas se eu encontro algo pelo qual fico realmente animado, é isso que eu escolho seguir”, contou ele sobre como selecionou as composições que entraram no álbum, explicando um motivo interessante para uma delas ter sido um pouco mais desafiadora.

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Por passarem muitas horas em gravação, o resultado no fim do dia poderia ser de diferentes áudios de longa duração e que precisavam ser estudados cautelosamente e condensados com suas melhores partes em uma única faixa. Foi o caso de Sweet Cherries, que precisou passar por uma longa análise do músico. Mas é assim que Finneas gosta de trabalhar nos dias em que não sente tanta inspiração.

Existem dias em que você não se sente tão inspirado e meio que se desliga. Hoje, por exemplo, eu estou editando os sons de bateria, que é o mesmo que transcrever uma entrevista ou algo assim. Estou me certificando de que tudo está certo, que os ritmos estão alinhados e que tudo está soando bem, mas esse não é um trabalho tão criativo, é mais uma matemática”, pontuou. “Se eu estivesse tentando escrever uma música hoje e não estivesse me sentindo muito inspirado, essa seria uma boa tarefa. É algo bom para substituir.”

Eu sinto que isso é uma coisa importante para você saber, que se você não está se sentindo tão inspirado, provavelmente existe outra atividade que você pode fazer.

Finneas sobre inspiração

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Quando não é guiado por reflexões sobre os próprios sentimentos, O’Connell se baseia em materiais de filmes e séries para criação de trilhas sonoras que se destacam na indústria, tendo participação nas faixas No Time To Die e What Was I Made For?, de Billie Eilish, que ganharam o Oscar de Melhor Canção Original por 007 e Barbie, respectivamente. Recentemente, ele também assinou toda produção musical da série Disclaimer, de Alfonso Cuarón, para a AppleTV+.

Para o artista, ter o roteiro e as características dos personagens é uma ajuda bem-vinda na busca por inspirações: “Eu amo ter outros projetos com um material para me basear. Eu acho que torna o processo mais fácil, na verdade”, explicou. “Eu sinto que você tem muita inspiração. Quando são seus projetos, você tem que refletir sobre seus sentimentos e tudo mais. Nesses, você pode pensar: ‘Ah, imagine se eu fosse uma Barbie ou algo assim’. É muito mais fácil.

Mesmo já tendo trabalhando sozinho e também em colaboração com amigos e outros artistas, é inegável que a maior união de Finneas é com a irmã, Billie Eilish. A dupla é conhecida por uma longa lista de sucessos e o cantor analisou como a relação dos dois também tem um certo impacto na forma como conduzem novas criações. “Acho que é mais fácil trabalhar com alguém que te conhece bem em alguns momentos. Em outros, é mais difícil porque eles querem se certificar que você está sendo honesto, se é que isso faz sentido”, dividiu ele.

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“Eles podem dizer: ‘Isso não é verdade.’ Se você conhece alguém aleatoriamente, você pode criar toda uma personalidade se quiser, sabe? Se você estiver cansado de contar a mesma história várias vezes, você pode inventar um final para a situação. Então, acho que esse é um resumo do que penso.”

Assim como Finneas ama trabalhar com a irmã, ele também vê potencial em outras colaborações que acredita que seriam interessantes: “Eu acho que posso fazer algo muito legal com a Raye. Sou um grande fã da Raye, ela definitivamente não precisa da minha ajuda, ela é muito talentosa. Mas eu acho que seria divertido trabalharmos juntos porque acho que ela é brilhante”, compartilhou o cantor.

Existe um elemento em que é desafiador por conta da intimidade que isso traz, mas eu ainda prefiro assim. Eu amo trabalhar com a Billie, ela é incrível.

Finneas sobre trabalhar com a irmã, Billie Eilish

Agora, Finneas espera retornar ao Brasil em breve para apresentar as faixas do novo disco, ressaltando que adorou se apresentar por aqui ao lado da irmã. “Espero que em breve! Ainda não fechei nenhum show, mas eu amo estar no Brasil, amo tocar por aí”, disse ele. “Foi realmente muito divertido e eu amei estar no Brasil.”

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