A desculpa de CAC preso com arsenal para abastecer facções

São Paulo – Investigado por tráfico internacional de armas pela Polícia Federal e preso em flagrante nessa segunda-feira (9/12) na zona sul de São Paulo, Ricardo Oliveira Bekeredjian, de 51 anos, confessou manter um arsenal ilegal na casa da mãe morta.

À Polícia Civil, ele argumentou “ser fanático por armas”, justificando manter 87 delas — entre elas, algumas usadas até em guerras –, em situação ilegal por costumar “comprar o que aparecia sem a devida regularização”.

Os argumentos dele, porém, não compactuam com acusação da Justiça Federal, de que ele estaria envolvido com o tráfico internacional de armas, e nem da Polícia Civil de São Paulo, que suspeita que ele seja fornecedor de armamentos usados pelo crime organizado, incluindo os roubos do “Novo Cangaço”.

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Armas seriam comercializadas com o crime organizado

Arsenal ilegal era composto também por pistolas e revólveres
Armas usadas em guerra estavam em bunker
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Preso já respondia por tráfico internacional de armas

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Armas seriam comercializadas com o crime organizado

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Arsenal ilegal era composto também por pistolas e revólveres

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Armas usadas em guerra estavam em bunker

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Ao todo, na residência da zona sul, policiais da 4ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco) encontraram 157 armas, das quais 65 em situação regular. Isso se deve ao fato do criminoso, que se apresenta como empresário, contar com o registro de Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador (CAC).

A investigação da Polícia Civil de São Paulo mostra que o documento era usado como “disfarce” para ocultar o fato de ele ser “comerciante de armas ilegais”. Ao todo, conforme levantamento policial, 72 armas estão registradas legalmente no nome de Ricardo.

Com base no levantamento policial, dois mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Ambos foram cumpridos na segunda-feira (9/12), na casa de alto padrão do traficante, na região de Santo Amaro, zona sul de São Paulo.

No local foram encontradas, primeiramente, 65 armas legalizadas. O arsenal ilegal, porém, estava oculto em um depósito subterrâneo, na casa vizinha, a qual pertencia à mãe de Ricardo, que morreu há cerca de seis anos.

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“Inocentes morrem”

“Esse poderio armamentista [apreendido] passaria às mãos de criminosos, que extremamente bem armados, tomam cidades e inocentes morrem nessas empreitadas criminosas. Eles usam armamento de guerra, cedidos por pessoas como esse indivíduo [Ricardo]”, afirmou ao Metrópoles o delegado Ronald Quene, responsável pela investigação do traficante em território paulista.

O policial acrescentou que “não convém” falar que Ricardo seja colecionador. “Ele mantinha 87 armas ilegais em um bunker. Nada justifica essa conduta. Certamente ele venderia esse armamento para pessoas envolvidas em crimes”.

Preso pela Polícia Federal

Ricardo Oliveira Bekeredjian foi preso em flagrante, junto com Eduardo de Sousa Teixeira, quando ambos trafegavam ilegalmente com munições e fuzis, desmontados, na região da Ponte da Amizade — usada para atravessar a fronteira entre o Paraguai e o Brasil, via Paraná. Para dissimular a carga ilegal, eles transportavam caixas de som e anabolizantes, como consta em documento da Justiça Federal.

Apesar disso, Ricardo conseguiu relaxar a prisão, após pagar fiança de R$ 50 mil.

Em 18 de setembro de 2007, ele também foi preso, em outra ocasião, tentando embarcar com 30 mil dólares não declarados, em um voo que iria do Aeroporto de Congonhas, na zona sul paulistana, para Foz do Iguaçu, cidade paranaense que faz fronteira com o Paraguai — país estratégico para  o crime organizado fazer o transbordo de armas e drogas.

A defesa de Ricardo não foi localizada pelo Metrópoles. O espaço segue aberto para manifestações.

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