Por que dinossauros tinham asas? Estudo com robô ajuda a entender

Por que dinossauros tinham asas? Estudo com robô ajuda a entenderNathan Vieira

Uma questão que paira sobre a cabeça de diversos paleontólogos é: por que dinossauros tinham asas antes mesmo de desenvolverem a capacidade de voar? Um projeto da Seoul National University (Coreia do Sul) tentou responder a essa reflexão com o auxílio de um robô, e descobriu que provavelmente as asas tinham outra função: ajudar a caçar.

O robô, Robopteryx, foi inspirado em um dinossauro chamado Caudipteryx, e foi programado para realizar algumas variações de comportamentos relacionados à caça e perseguição, como abrir asas e levantar a cauda.

Para obter as respostas do questionamento que norteou o estudo, os cientistas levaram o Robopteryx para a natureza e testaram se os comportamentos funcionariam para intimidar e assustar possíveis presas, como insetos — especialmente gafanhotos, que costumam fugir dos pássaros e tinham parentes que viviam na mesma época do Caudipteryx.

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Para o nosso deleite, os autores do estudo filmaram o robossauro com asas e rodinhas “correndo” atrás de suas presas, bem no estilo Jurassic Park robótico:

A experiência mostrou que 93% dos gafanhotos fugiram quando o robô bateu as asas. Os gafanhotos também pareciam fugir com mais frequência quando o robô tinha penas na cauda ou manchas brancas nas asas.

Isso significa que alguns dinossauros podem ter desenvolvido penas e asas para aumentar o seu sucesso na caça. Com o tempo, exibições maiores e mais elaboradas poderiam ter surgido, o que eventualmente poderia ter ajudado os animais a desenvolverem a capacidade de voar.

Asas ajudam na caça

No estudo, os autores dissertam que “numerosos dinossauros não-aviários possuíam penas pennáceas em seus membros superiores e cauda. Suas funções permanecem obscuras”, e completam que “essas penas foram usadas em exibições para liberar presas escondidas através da estimulação de vias de escape sensório-neurais nas presas, permitindo que os dinossauros perseguissem”.

Os sul-coreanos registraram as “respostas neurofisiológicas da via de fuga dos gafanhotos às animações de computador das hipotéticas exibições dos dinossauros” e concluíram que essa hipótese de perseguição pode explicar a presença e distribuição das penas, os contrastes de cores da plumagem, bem como uma série de outras características observadas nos dinossauros com asas.

“Este cenário destaca que os processos sensório-neurais subjacentes às reações antipredatórias das presas podem contribuir para a origem de grandes inovações evolutivas nos predadores”, concluem os autores.

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