Técnica inovadora da UFSCar identifica bactérias nas caixas d’água; saiba como funciona


Método barato conhecido como ‘citometria de fluxo’ é mais preciso que os tradicionais. Estudo da UFSCar cria técnica para avaliar bactérias na água
Renan Ciconelo/EPTV
Um estudo desenvolvido na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) criou uma técnica inovadora que conseguiu identificar e contabilizar a presença de bactérias em caixas d’água. Ela é mais precisa em comparação com os métodos tradicionais.
📲 Participe do canal do g1 São Carlos e Araraquara no WhatsApp
Grande parte das bactérias não traz malefícios para a saúde, mas a realidade pode mudar de acordo com o tipo e a quantidade desse organismo vivo.
O problema é que a maioria não é detectada pelos métodos mais comuns de monitoramento e avaliação da qualidade da água usados no Brasil.
Estudo da UFSCar usa técnica inovadora para identificar bactérias em caixas d’água
Como funciona a técnica da UFSCar?
A pesquisa feita no laboratório de biodiversidade e processos microbianos usou uma técnica chamada “citometria de fluxo” em 36 amostras coletadas em diferentes pontos.
O equipamento normalmente é usado para análise de sangue, mas foi adaptado para contar bactérias na água de consumo humano da rede e caixas d’água.
Citometria de fluxo é técnica usada pela UFSCar para analisar água
Renan Ciconelo/EPTV
“Pega uma gotinha da água, a gente coloca amostra ali no aparelho e ele conta até mil células por segundo. Então ele é muito rápido e é muito eficiente. Então a gente consegue ter uma alta precisão e contar realmente todas as bactérias que estão na amostra”, afirmou o professor do Departamento de hidrobiologia Hugo Sarmento.
“Com a citometria a gente consegue ter uma ideia do todo. Esse método a gente consegue fazer um monitoramento em tempo real de um aumento muito grande dessas bactérias”, explicou o estudante de medicina da UFSCar Leandro Manoel Afonso Mendes.
O estudante de medicina da UFSCar Leandro Manoel Afonso Mendes.
Renan Ciconelo/EPTV
Benefícios para a população
A descoberta pode beneficiar toda a população, que teria acesso ao recurso com mais qualidade.
“O que pode acontecer nessas caixas d’água que é a qualidade da água pode ser deteriorar. Pode haver um crescimento desse microorganismos. Então é muito importante monitorar a quantidade de bactérias na água, uma questão de saúde pública mesmo. Por ser rápido e barato, ele pode ser utilizado em diferentes pontos da rede de produção, distribuição e armazenamento de água para poder monitorar em tempo real. Com isso, podem ser tomadas providências assim que aparecer um problema”, destacou Sarmento.
Ainda segundo os pesquisadores essa metodologia é viável e não requer grandes investimentos, já sendo usada em países como a Suíça. A pesquisa teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Veja mais notícias da região no g1 São Carlos e Araraquara.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.