
Em 2025, o Brasil está prestes a implementar mudanças significativas nas normas que regem o trabalho aos domingos e feriados. Previstas para entrar em vigor em julho, essas alterações têm sido alvo de intensos debates entre diferentes setores da sociedade, incluindo sindicatos, empregadores e economistas. Entender essas novas diretrizes é crucial para avaliar seus impactos no mercado de trabalho e na economia do país.
Anteriormente, as empresas podiam operar nesses dias sem a necessidade de acordos coletivos ou aprovação municipal, bastando uma comunicação formal. Contudo, a nova regulamentação exige que haja uma negociação sindical ou que leis locais autorizem essa prática, alterando o cenário anterior de maior flexibilidade.
Quais são as mudanças trazidas pela Portaria nº 3.665/2023?
A Portaria nº 3.665/2023, introduzida em novembro de 2023, estabelece novas diretrizes para o trabalho em feriados, exigindo autorização prévia por meio de convenção coletiva. Esta portaria revoga normas anteriores que permitiam maior flexibilidade sem a aprovação sindical. Entre as principais mudanças está a proibição do trabalho em feriados sem um acordo prévio aprovado por convenção coletiva.
Os sindicatos consideram as novas regras uma oportunidade para fortalecer a negociação coletiva. Para entidades como a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a mudança representa um avanço na proteção dos direitos dos trabalhadores, garantindo que as condições de trabalho sejam discutidas e acordadas de forma justa. A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC) também apoia a medida, destacando que ela corrige falhas anteriores na legislação.
Quais são as preocupações dos empresários?
Por outro lado, o setor empresarial expressa preocupações sobre os possíveis impactos econômicos das novas regras. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) alerta que as mudanças podem aumentar os custos operacionais e dificultar a abertura de lojas em dias de feriado. Essa preocupação é compartilhada por outros segmentos do comércio, que temem uma redução na flexibilidade operacional.
Os empresários destacam o risco de aumento nos custos de mão de obra e há receios sobre a redução de oportunidades de emprego devido às novas exigências. Além disso, a insegurança jurídica gerada pelas mudanças é uma preocupação constante entre os empregadores.
Como as novas normas podem impactar a economia brasileira?
As novas normas chegam em um momento em que o Brasil busca consolidar sua recuperação econômica. O temor de que as mudanças possam frear essa retomada é real, especialmente em setores que dependem do funcionamento contínuo, como o comércio e os serviços. No entanto, os defensores das novas regras argumentam que elas são necessárias para garantir condições de trabalho mais justas e equilibradas.
O adiamento da implementação para julho de 2025 oferece uma oportunidade para que todos os envolvidos ajustem suas práticas e se preparem para as novas exigências. O diálogo contínuo entre sindicatos, empresários e governo será fundamental para encontrar um equilíbrio que proteja os direitos dos trabalhadores sem comprometer a competitividade econômica.

Quais são as regras atuais para o trabalho aos domingos e feriados?
- Autorização: O trabalho nesses dias requer acordo coletivo ou autorização específica.
- Folga Compensatória: Trabalhadores têm direito a uma folga em outro dia da semana.
- Remuneração: O trabalho em feriados deve ser remunerado em dobro ou compensado com folga.
- Jornada: A jornada segue as regras gerais, com limite de horas diárias e semanais.
- Setores Especiais: Alguns setores têm regimes diferenciados que permitem o trabalho regular nesses dias.
- Convenções Coletivas: Acordos específicos podem estabelecer condições adicionais.
Essas regras são fundamentais para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados, enquanto se busca um equilíbrio com as necessidades operacionais das empresas.
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