Ator mirim da Globo, Ygor Marçal relata ataques racistas e exclusão em colégio do RJ

Ator mirim da Globo, Ygor Marçal relata ataques racistas e exclusão em colégio do RJReprodução

O ator mirim Ygor Marçal, de 11 anos, revelou ter sido vítima de ataques racistas na escola. Em entrevista recente, ele contou que foi chamado de “macaco” e sofreu exclusão por parte de colegas de classe. 

O jovem conhecido pelo trabalho em “Amor Perfeito” (2023) escondeu os episódios da mãe, Andrea Ribeiro Marçal do Nascimento, e só revelou o que estava acontecendo há cerca de um mês. “As pessoas têm que pensar duas vezes, porque chamar o outro de ‘pretinho, macaco, cabelo de cogumelo, cabelo de miojo’, machuca”, desabafou o garoto ao Notícias da TV.

“Ficar falando do meu cabelo, falar do meu dente, falar da minha pele, falar do que eu sou, isso não tem cabimento. Isso não entra no meu coração. Não consigo entender essas coisas. São coisas que ninguém gostaria de presenciar”, acrescentou.

Antes de ingressar no Colégio Batista do Rio de Janeiro, onde é bolsista desde 2023, Ygor nunca enfrentou problemas de bullying. Os problemas começaram a partir do meio deste ano. “Ele se calou. Quando chegou uma coordenadora negra, ele achou que ia mudar, que ela ia entender o que ele estava passando, mas não mudou”, relatou Andrea.

A exclusão social ficou ainda mais evidente durante o futebol, quando passou a ser desprezado pelos colegas. “A única coisa que ele já me falava desse outro coleguinha dele, que mexia com ele, que não queria que ele fosse jogar bola, que falava que tinha pretofobia, que é uma palavra nova, né?”, detalhou a mãe.

O estopim foi quando um colega o chamou de “ladrão” devido a uma caneta. A partir desse momento, Ygor decidiu denunciar os ataques para a família. “O menino disse que era um prazer dar uma caneta para um ladrão”, contou a mãe, explicando que foram os amigos de Ygor que a alertaram sobre a gravidade dos abusos.

Em outra ocasião, uma colega o impediu de participar de uma apresentação de empreendedorismo, dizendo que “o grupo não precisava do pretinho”. Devido à situação, Andrea teve encontros com a diretoria do colégio para tratar do assunto. A escola não se pronunciou sobre o caso.

À reportagem, Andrea confessou que teme o impacto emocional que o racismo pode causar no filho, relembrando que a filha mais velha, Fernanda, também enfrentou episódios de discriminação e desenvolveu uma depressão severa.

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