PF finaliza relatório sem identificar Juca, um dos alvos do golpe

A Polícia Federal (PF) finalizou o relatório sobre o a trama golpista no governo de Jair Bolsonaro sem identificar quem seria “Juca”, codinome usado no plano “Punhal Verde e Amarelo”. A informação consta em relatório da Polícia Federal (PF), que teve o sigilo durrubado pelo ministro Alexandre de Moraes nesta terça-feira (26/11).

A morte dessa pessoa, que é descrita como “iminência parda” de Lula e das lideranças do futuro governo, frustraria os “planos da esquerda mais radical”, dizem as anotações. Além disso, não era esperada pelos suspeitos grande comoção pela morte dela.

“A investigação não obteve elementos para precisar quem seria o alvo da ação violenta planejada pelo grupo criminoso”, afirma a corporação no relatório final da investigação.

O nome já aparecia no relatório que fundamentou a prisão de quatro militares e de um policial federal, narra um plano para matar autoridades como Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.

Além de “Juca”, outras duas figuras de destaque na política nacional eram tratadas por codinomes no plano golpista. Jeca se referia ao então candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva, e Joca, ao também candidato eleito Geraldo Alckmin.

No caso de Lula, o plano previa que o assassinato dele deveria ocorrer por envenenamento, uso de química ou remédio que lhe causasse “colapso orgânico. “Sua neutralização abalaria toda a chapa vencedora, colocando-a, dependendo da interpretação da Lei Eleitoral, ou da manobra conduzida pelos Três Poderes, sob a tutela principal do PSDB”, destaca o plano.

A execução de Alckmin era aventada para extinguir a chapa vencedora, já que ele seria o primeiro na linha de sucessão. “Como reflexo da ação, não se espera grande comoção nacional”, consta no plano.

Todo esse planejamento está em um documento que traz, em formato de tópicos, o plano de uma operação relacionada ao golpe de Estado. São elencadas, por exemplo, demandas de reconhecimento operacional e armamentos necessários.

Todos os indiciados negam as acusações da PF.

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