Suzane von Richthofen não passa em concurso para escrevente no TJSP

São Paulo — Condenada pela morte dos próprios pais e atualmente cumprindo a pena no regime aberto, Suzane von Richthofen, de 41 anos, não foi classificada para a 2ª etapa de um concurso público para ingressar no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). O resultado da prova para o cargo de escrevente, com salário de R$ 6.043, foi divulgado na sexta-feira (22/11).

Suzane Louise Magnani Muniz estava inscrita para atuar na 4ª Região Administrativa Judiciária, de Campinas, na 6ª Circunscrição Judiciária, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, onde mora atualmente. Ao todo, 44 dos 1.335 candidatos que se inscreveram se classificaram para a prova prática, de caráter eliminatório.

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Suzane tem livros baseados em sua história

Suzane von Richthofen cumpre pena na Penitenciária Santa Maria Pelletier, em Tremembé
Suzane von Richthofen cumpre pena na Penitenciária Santa Maria Pelletier, em Tremembé
Suzane von Richtofen
Capa do livro Suzane: Assassina e Manipuladora
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Suzane von Richthofen prestando concurso público

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Suzane tem livros baseados em sua história

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Suzane von Richthofen cumpre pena na Penitenciária Santa Maria Pelletier, em Tremembé

MARCELO GONCALVES/SIGMAPRESS/ESTADÃO.

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Suzane von Richthofen cumpre pena na Penitenciária Santa Maria Pelletier, em Tremembé

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Capa do livro Suzane: Assassina e Manipuladora

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Suzane von Richthofen foi condenada pela morte dos pais, Manfred e Marísia, em 2002

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Suzane von Richthofen

ROBSON FERNANDES/AE

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Suzane von Richthofen cumpre pena na Penitenciária Santa Maria Pelletier, em Tremembé

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A nota de corte para a ampla concorrência foi de 7,6 e para candidatos negros, 5,6. São três vagas disponíveis: duas para lista geral e uma para lista de candidatos negros.

A prova objetiva foi realizada por Suzane em 8 de setembro, e tinha 100 questões de múltipla escolha. Já a prova prática, da qual ela não irá participar, é um exercício de digitação com o objetivo de “aferir o conhecimento e as habilidades do candidato utilizando um editor de texto em um computador”, informa o edital.

Não é possível verificar a nota de Suzane na lista, uma vez que ela não foi classificada. Somente a própria candidata pode consultar seu desempenho na área do candidato da Fundação para o Vestibular da Unesp (Vunesp), que realizou as provas.

Esta não é a primeira vez que Suzane presta um concurso público. Em 2023, quatro meses após deixar a prisão para cumprir pena em regime aberto, ela se inscreveu para uma vaga de telefonista em um concurso público aberto pela Câmara Municipal de Avaré, no interior de São Paulo. O salário previsto era de R$ 5.626,33.

Cargo de escrevente técnico

O salário para escrevente técnico judiciário do TJSP começa em R$ 6.043 e pode aumentar conforme a formação do candidato e o plano de carreira. Além disso, os servidores têm direito a benefícios como auxílio saúde, alimentação e transporte, bem como gratificações.

Aprovados com formação em nível superior têm direito a 5% de adicional de qualificação. Também há bônus para quem tem pós-graduação lato sensu (7,5%), mestrado (10%) e doutorado (12,5%). Suzane está cursando direito no campus Bragança Paulista da Universidade São Francisco.

De acordo com o TJSP, mesmo que Suzane fosse aprovada, ela poderia não assumir o cargo, pois teria de apresentar atestado de antecedentes criminais. Dependendo do crime cometido, o candidato pode ser desclassificado. Ainda assim, a estudante de direito poderia recorrer à Justiça.

Caso Richthofen

Suzane foi condenada originalmente a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado pelo assassinato dos pais Marísia e Manfred von Richthofen. Desde 2015, ela cumpria pena em regime semiaberto em Tremembé, no interior de São Paulo.

Daniel Cravinhos , que participou do crime, acabou condenado a 39 anos e 6 meses em regime fechado, mas deixou Tremembé em 2017, após autorização para cumprir pena em regime aberto.

O irmão de Daniel, Cristian Cravinhos, também participou dos assassinatos e recebeu pena de 38 anos e 6 meses em regime fechado. Ele chegou a conseguir liberação para o aberto, mas após ser preso em 2017 por tentativa de suborno perdeu o direito.

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